"Portugal acabará por integrar-se na Espanha"José Saramago, "Diário de Notícias", 15-07-2007
Eu que estou quase no fim da leitura de “Afonso Henriques”, de José Mattoso, posso atestar o reforço da minha convicção profunda de que tal nunca acontecerá, pelos menos, nos próximos séculos. Saramago é um prodígio em declarações políticas excêntricas e, quiçá, auto promocionais. É um daqueles casos em que se poderá, com propriedade, dizer: “que já tem idade para ter juízo” caso não o tenha, de vez, perdido. Adiante!
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4 comentários:
Juízo? quem? ele?... só se revê no seu umbiguismo.
Claro que Saramago não possui as «qualidades» que «alguns»entendem que ele deveria ter;mas, com as que tem,já conseguiu,(coisa pouca)assim como um prémio NOBEL.Mas o que se deve comentar é a opinião ;não a pessoa.
Penso que as políticas na actualidade são comandadas pela economia.E então que dizer da invasão da «marca Espanha»? E das opções dos destinos turísticos dos Portugueses para terras de Cervantes?E da invasão dos «nuestros irmanos» para as terras de Camões?
Cada vez há mais Península Ibérica.E não é uma questão de Patriotismo,Culturas,Língua e por aí fora...É uma questão relacionada com os novos conceitos de fronteiras;que vai ser a economia que as vai determinar.
Não há D. Afonso Henriques de qualquer História nem que seja do Matoso que trave um processo em que, as pessoas ,os verdadeiros fazedores da História já deram início.
A isto chama-se ver claro; e o Saramago não precisa da lupa da foto-montagem para o poder fazer.
Saudações
C.C.
Caro Eduardo:
A União Ibérica foi um projecto político muito sério de vários reis e príncipes deste Portugal, nomeadamente nos séculos XV e XVI. Falhou, entre outras coisas, porque nessa altura os principezinhos morriam como tordos e acabaram por difcultar até ao limite a grande quantidade de arranjos matrimoniais que se fizeram com o fito de conduzir a uma união equilibrada da coroa de Portugal às coroas de Castela e Aragão. Depois, umas décadas mais tarde, os Filipes acabaram por estragar tudo, tendo-se revelado incapazes de preencher os critérios que antes tinham sido elencados para tornar aceitável a União.
Talvez, por isso,não valha muito a pena apelidar facilmente de tontos aqueles que opinam hoje no mesmo sentido. O que talvez se possa é perguntar qual é hoje a razão para defender a União. No final do século XV português havia uma razão: íamos entrar nos Descobrimentos de longo fôlego e tínhamos falta de meios para isso. O que, afinal, era verdade: não tivémos perna para aguentar com força suficiente o que tínhamos de fazer para tirar todo o partido dos Descobrimentos.
Enfim, o patriotismo nem sempre é o que parece...
Um abraço.
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