A mudança de residência de Afonso Henriques de Guimarães para Coimbra em 1131 constitui, no entanto, um facto da maior importância histórica, pelo seu significado próprio e pelas consequências que teve na vida nacional.
(…)
Assim a instalação de Afonso Henriques em Coimbra, ao mesmo tempo que confere uma força enorme à corrente cultural e institucional de carácter mediterrânico, encaminha o futuro país para a síntese que absorve não só a separação entre o condado de Portucale e o de Coimbra mas também a oposição cultural entre o Norte e o Sul, para os integrar numa só entidade política, apesar de nela continuarem a existir regiões com características bem diferentes umas das outras. As duas grandes regiões do Norte e do Sul, porém, tornam-se verdadeiramente complementares. Agem e reagem uma sobre a outra, como dois pólos opostos, mas indissoluvelmente ligados entre si por uma corrente que se alimenta da sua própria diferença.
In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”6. Coimbra”, pgs. 75/79 (20).
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