quinta-feira, setembro 20

COIMBRA (II)

Desde a sua conquista aos muçulmanos por Fernando Magno em 1064, que Coimbra se podia considerar a cidade mais importante de Portugal. O Porto, “cidade minúscula”, não chegaria a ocupar, por meados do século XII, 4 hectares; Braga mantinha ainda o perímetro da época romana, mas os seus pouco mais de 15 hectares não estavam densamente ocupados. Coimbra, porém, dispunha de uma muralha construída durante a época árabe que englobava uma área de 22 hectares, a mais extensa de todo o território. Para se avaliar estes dados quantitativos, basta dizer que Lisboa ocupava, também dentro das suas muralhas, por altura da conquista, uma área de 15,68 hectares, Silves, 15 hectares, e Évora, 16 hectares. Todas as outras cidades, quer do território cristão, quer muçulmano, abrangiam superfícies muito menores.

(...) Menos de um século depois da conquista, por volta de 1150, a sua área urbanizada deve ter atingido uns 37 a 40 hectares e compreendia oito paróquias urbanas, além da Sé: São Pedro, São Bartolomeu, São João, Santa Justa, São Cristóvão, São Tiago e São João das Donas (ou Santa Cruz). (...) Com efeito talvez não houvesse em Portugal, antes de 1147, nenhuma outra cidade com mais do que duas ou três paróquias urbanas. Lisboa, por exemplo, tinha quatro igrejas em 1160, e Santarém três pela mesma época. Ambas se desenvolveram depois dessa data, mas quando Afonso Henriques se estabeleceu em Coimbra mantinham-se ainda em posição bastante inferior.

In “D. Afonso Henriques” de José Mattoso, ”10. A defesa de Coimbra”, pg. 105 (25).
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