Uma singela homenagem aos lutadores pela liberdade em Cuba em contramão com uma parte da nossa “esquerda da esquerda” que conquistada a liberdade já se esqueceu, ou ainda não lhe chegou ao conhecimento, dos seus riscos, dores e verdadeiros heróis.
Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quarta-feira, dezembro 10
O CALENDÁRIO
A questão do calendário eleitoral do próximo ano, levantou polémica a partir de uma declaração de Santana Lopes, que ia no sentido de atribuir ao PS a condução de uma estratégia destinada a antecipar as eleições legislativas. Acerca do momentoso caso a posição do PS – no sentido de manter o calendário - consta nesta notícia de 5 Março deste ano. Como se pode verificar o tema não é novo. É claro que calendários leva-os o vento … mas se a ideia for prestigiar a democracia mais vale, salvo situação de força maior, manter o calendário e tratar, a sério, de outros assuntos.
segunda-feira, dezembro 8
POR MARES NUNCA ANTES NAVEGADOS
Estou a imaginar uma equipa de trabalho cuja missão é construir um petroleiro, um automóvel, um lustre, o que for, um produto mais ou menos complexo e exigente da concepção ao produto final. Nela trabalham pessoas utilizando os mais variados utensílios e técnicas, cronogramas e medidas, saberes e vontades. Existirão hierarquias, desde a administração ao pessoal operário, e dentro de cada departamento outras hierarquias e dentro de cada unidade mais pequena, cada vez mais especializada, existirão competências, mensuráveis por um processo de avaliação.
Se um membro de uma equipa de trabalho falhar no desempenho da sua tarefa pode pôr em causa o objectivo pré definido causando um prejuízo irreversível ao projecto e pondo em causa o seu posto de trabalho e o de todos os outros colaboradores da empresa ou instituição, ou mesmo, a sua sobrevivência.
Todas as equipas, e cada um dos seus membros, podem falhar mas têm que existir processos para identificar a origem do falhanço, apurar responsabilidades e encontrar o caminho para a correcção dos erros. A isto se chama, em qualquer modelo de organização, acompanhar, controlar e avaliar. Pressupondo, está bem de ver, que estão definidos objectivos e que os mesmos são partilhados por todos os membros da organização independentemente do seu lugar na hierarquia e das inevitáveis tensões da concorrência interna. O estaleiro para se manter no mercado tem que construir x unidades do produto por unidade de tempo.
Quando pensamos na escola pública como projecto podemos, igualmente, encontrar estruturas semelhantes, os mesmos problemas e dificuldades, apesar de ser uma realidade eminentemente social desde a concepção do modelo de gestão ao produto final. Estão lá os ingredientes todos mas, no caso, o dono do projecto é o estado. Entre a multidão de problemas com que se defronta a escola pública enumero seis.
O problema nº 1 da escola pública, por mais fervor que ponhamos na sua defesa, é o facto de estar fora do mercado, por mais desprestigiado que esteja o mercado (é a velha questão da liberdade de escolha, paradoxalmente, mesmo no seio da escola pública.);
O problema nº 2 é a escola pública, por razões históricas, ter crescido desmesuradamente, nos últimos 35 anos, obrigando o patrão (estado) a contratar trabalhadores sem ter tido a preocupação de os escolher, de forma cuidada, tomando como critério principal a competência (onde se inscreve a questão do recrutamento e avaliação do desempenho dos professores);
O problema nº 3 é o do atraso na criação de cursos profissionais nas escolas públicas, por responsabilidade dos sucessivos governos, segmentando a oferta, a meu gosto, de forma radical, pelo menos a partir do início do secundário (a partir do 9º ano);
O problema nº 4 é o da modernização e racionalização, em partilha com as autarquias, da rede de escolas públicas, criando menos escolas, mas melhores escolas (é a questão das instalações e equipamentos);
O problema nº 5 é o da chamada gestão democrática das escolas, ou seja, a velha questão de quem manda e, não tenhamos medo das palavras, ousando integrar no modelo democrático a figura de gestor que, podendo, ou não, ser professor, não pode ficar refém dos interesses particulares de qualquer corporação;
O problema nº6 é resultante do atraso na aplicação de todas as medidas correlacionadas com os pontos anteriores (e muitos outros) que conduziu o governo, em funções, face a uma situação originada por sucessivas políticas contraditórias, à adopção de uma política voluntarista de reformas em cascata destinadas a produzir resultados a médio, e longo prazo, mas que é avaliada, face ao calendário eleitoral, a curto prazo.
Pois se todos os partidos, há tanto tempo, proclamam a educação, em geral, como a prioridade das prioridades ninguém se deve espantar com as discussões, disputas e lutas a propósito de medidas que se destinam, de verdade, a promover a reforma da educação. Não é, pois, de admirar que a reforma da escola pública tenha sido tomada, pelo governo, como uma verdadeira prioridade política.
O que poderá causar admiração é a persistência do governo – em particular da ministra em funções - em levar avante a sua política, em véspera de eleições, quando sempre poderia, de forma habilidosa, fazer marcha atrás, tornando tudo ao princípio, ou seja, desistindo. Se assim não acontecer, salvo nos pormenores e ajustamentos que não sacrifiquem o essencial, nem a vontade negocial, o mais que se poderá dizer é que o governo se bate por cumprir com o seu programa.
Em última instância quem considere que votou no programa errado sempre poderá, em próximas eleições, corrigir a mão. Mais vale serem os cidadãos eleitores, através do voto, em eleições, decididas por sufrágio universal, directo e secreto, a escolher os governos do que a rua a defenestrá-los. É um caso prático de demonstração da diferença entre democracia e tirania.
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domingo, dezembro 7
QUE GUERRA É ESSA?
Frank Ward: Crossing Siberia
Há uma “literatura de opinião” e uma propaganda imensas acerca deste assunto e ontem esta frase esteve, todo o dia, fazendo manchete nos jornais on-line portugueses. O que me faz voltar ao assunto para perguntar: nos últimos tempos tem havido paz entre os sindicatos de professores e o governo? O que pretende o sindicalismo revolucionário ao desembainhar a linguagem da guerra? Conquistar a simpatia da opinião pública numa época de dificuldades económicas para a maioria das famílias e das empresas? Ameaçar com o encerramento das escolas aumentando as dificuldades do quotidiano das famílias ameaçando-as com o risco de ficarem sem saber o que fazer com o quotidiano dos seus filhos? Estão os professores porventura sob ameaça de perder o emprego como uma parte dessas famílias que ameaçam com as suas ameaças? Foi-lhes feita pelo governo alguma proposta mais gravosa que já não esteja em vigor na administração pública? É que está em vigor na administração pública um sistema de avaliação do desempenho. Talvez a maioria dos cidadãos não saibam mas, com seus defeitos, suas virtudes e perversidades está a vigorar, e a ser aplicado, à esmagadora maioria dos funcionários públicos, incluindo dirigentes, um sistema de avaliação de desempenho. É preciso que os professores sejam capazes de entender que as razões da sua luta são cada vez mais difíceis de entender. Não vale a pena abrir uma guerra que os dirigentes dos sindicatos de professores têm por obrigação de saber que já há muito está aberta. Se os dirigentes sindicais acham que a podem ganhar, que guerra é essa? E os professores sabem qual é a guerra dos dirigentes sindicais?
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sexta-feira, dezembro 5
ESTE NÃO É O TEMPO DOS TÍBIOS
Juro que estou longe de ser taradinho por sondagens. Mas com o tempo tenho-me rendido a elas ou, ao menos, a dar-lhes algum crédito. Ainda mais quanto permitem vislumbrar tendências de evolução coerente ao longo do tempo. Ora para ir directo ao assunto o que me parece é que todas as últimas sondagens mostram que o PS capitaliza com a crise e com a contestação às suas medidas anti-crise. A crise joga a favor de Sócrates permitindo-lhe apresentar-se como um político de “pulso” num país que, por tradição, gosta de políticos “de pulso”. A oposição do PSD é frágil pelo menos por duas razões: Manuela Ferreira Leite não tem perfil para criar uma expectativa de vitória eleitoral e, ao contrário de todas as aparências, é prejudicada pelo facto de a Presidência da República estar ocupada por Cavaco. A dupla social-democrata não multiplica as simpatias pelo PSD, antes as subtrai, e o PS de Sócrates ocupa, de forma cada vez mais consistente, o espaço político eleitoral do PSD. É uma estratégia inteligente concordemos ou não com ela. O reverso da medalha é o crescimento da “esquerda da esquerda” mas na hora da verdade, salvo qualquer hecatombe, se a tradição eleitoral portuguesa se mantiver, a maioria dos portugueses votará em quem lhes dê mais garantias de estabilidade política e de capacidade de resposta à crise. O que poderá evitar a vitória eleitoral do PS nas próximas eleições legislativas? : o afundamento da economia, muito para além das previsões actuais; um agravamento radical das relações institucionais entre Cavaco e Sócrates; o afundamento da UE com a queda de Durão Barroso ou um qualquer escândalo imprevisível. Mas falta muito pouco tempo para que todos os factores negativos, com incidência directa na credibilidade de Sócrates, se possam conjugar de forma letal para o PS. As oposições, ao contrário do que parece, estão na defensiva porque têm medo do poder. O poder, a nível de governo, queima os tíbios* e estes jamais confessarão, em público, a sua tibieza.
*Que é fraco, ténue, débil = FROUXO (Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa)
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*Que é fraco, ténue, débil = FROUXO (Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa)
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MES - Resolução da 8ª reunião plenária do Comité Central
Nos onze meses posteriores ao II Congresso do MES, desde 15 de Fevereiro de 1976 até ao final desse ano, decorreram três batalhas políticas nas quais o MES foi estrondosamente derrotado: as eleições legislativas de Abril de 1976, as eleições presidenciais, nas quais apoiámos a candidatura de Otelo e, finalmente, as eleições autárquicas de Dezembro.
Apesar da retórica revolucionária, ainda presente nas conclusões do II Congresso, que se destinavam a sustentar, persistindo na «linha revolucionária», o empenhamento nas batalhas eleitorais de 1976, o desastre político que os seus resultados representaram impuseram o início de um volte face, em particular, no plano programático que começou a desenhar-se com a Resolução adoptada na 8ª Reunião Plenária da Comité Central.
Esta reunião realizou-se nos dias 15 e 16 de Dezembro de 1976 e a Resolução aí aprovada ostenta, como epígrafe, uma citação de Lenin que, no dia do encerramento do XXVIII Congresso do PCP, em que escrevo, se revela particularmente interessante:
«Ocorre frequentemente que quando se dá uma reviravolta brusca na história, até os Partidos mais avançados deixam passar um tempo mais ou menos longo, antes de se orientarem na nova situação criada, repetindo palavras de ordem que, se ontem eram acertadas, hoje perderam toda a razão de ser tão “subitamente” como «súbita» é a brusca viragem da história.»
O teor da frase escolhida para epígrafe da 8ª Resolução, assim como o seu autor, foram uma espécie de «almofada» que ajudaria os mais recalcitrantes «revolucionários» do MES a aceitar a democracia parlamentar, nunca antes reconhecida, mas que os acontecimentos do 25 de Novembro de 1975 haviam tornado numa realidade irreversível.
Na verdade a questão política central que se colocava ao MES, desde há muito, mas nunca assumida, era reconhecer a democracia parlamentar como o regime político consagrado pelos portugueses nas eleições, livres e democráticas, para a Assembleia Constituinte de 25 de Abril de 1975. Foi esse mesmo reconhecimento tardio que esta Resolução, a muito custo, consagrou.
Lembro-me de ter sido eu próprio que redigiu o seu segundo parágrafo, aliás sublinhado, a bold, no qual se pode ler: «É necessário tomar como certo que na actual fase a democracia-burguesa vai prevalecer no nosso País sobre qualquer outro tipo de regime».
Poucos acreditavam que tal posição pudesse ser aprovada pelo Comité Central mas, na verdade, acabou por sê-lo, ao mesmo tempo, que uma outra posição que, à época, era crucial para a clarificação do posicionamento do MES e que, em conjunto com aquela, abria caminho para uma aproximação política aos partidos do campo democrático, em particular o PS.
Esta segunda posição é resumida na seguinte frase também sublinhada no corpo daquela Resolução: «O CC considera que a actual correlação de forças no terreno militar não favorece nem o golpismo militar de direita nem dá viabilidade a qualquer “solução militar de esquerda”.»
As orientações desta 8ª Resolução, aprovadas em Dezembro de 1976 e publicadas em Janeiro de 1977, haviam de originar uma intensa disputa interna durante os anos seguintes, atravessando o III Congresso e desembocando no IV Congresso do MES, realizado em 8 de Julho de 1979, que abriria, de uma vez por todas, as portas ao acto original da sua extinção que haveria de ocorrer a 7 de Novembro de 1981. O mais que me apetece dizer, de cada vez que pego em qualquer ponta da história do MES é que, tal como na vida, também na política, o tempo tem um valor incalculável.
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quinta-feira, dezembro 4
CAPRICHOS
Um exemplo prático do modelo das mais amplas liberdades que os comunistas portugueses seriam capazes de nos oferecer. [Aqui e também aqui.]
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PROFs: UMA RADIOGRAFIA
In fworldblog
Ei-los de novo. Em frente, marche, pois marcha que se farta Mário Nogueira, a mão cheia de nada e a outra de coisa alguma. Repete-se, não se enxerga e vai de mal a pior aos olhos de quem desconfia deste perigoso unanimismo. Os sinais estão todos à vista: Nogueira não quer isto, não quer aquilo, não quer este modelo, não se sabe que modelo quer, torce o nariz a tudo o que lhe põem no prato como adolescente enfastiado, a esticar a corda. Não, não se pode respeitar este indivíduo, ar de faia, um pintas todo pintas e esta é, talvez, a única característica digna de registo, a graça que ele tem. Porque quanto ao que sobra, estamos conversados: é o vazio. Convenhamos que a luta dos professores não é outra coisa que resistência natural, desastrosa resistência feita de nada, uma lástima. Basta-me passar os olhos pelo blog do professor Guinote para perceber o que anda no ar. Apoucado, o simbólico professor Guinote escreve que se desunha, posta que posta e torna a postar, passa a vida naquilo, às voltas com a não existência, panfletos, a tomada da Bastilha em forma de histórias de vida, lamentosas, chorosas, «prenhes» de amor pelo ensino, pelos alunos, novelas que mostram o que interessa mostrar.Na 5 de Outubro, a inépcia política começou no dia em que se imaginou ser possível entregar aos professores, entre pares, um regime de avaliação de desempenho, observado como deve ser observado, avaliado, tal e qual e qual é o problema? É isto e mais aquilo, os titulares, os pares e a palavrinha mágica: colega. Todos colegas, todos iguais a subir na carreira sem mais nem menos, sem distinção ou «castas» como ouvi a uma professora que aqueles professores aplaudiram. A isto se resume a «luta», a resistência, o ovo da pobre serpente. Fui clara?Tudo deveria ter sido oferecido com outro papel de embrulho menos austero e em certa medida, passe o trocadilho, menos embrulhado. Mais tempo, mais tento, menos pressa. Que pena! Por mim, estes professores «humilhados» mereciam, mereciam? Estão a pedir um Ofsted que lhes endireite a coluna, que os faça perceber que se deve ter cuidado com o que se deseja, que os obrigue a sair dessa cozinha provinciana onde toda a estupidez se concentra e coze em fogo lento.
E agora volto a mim de onde saio quando me apetece para voltar quando preciso, no tempo que preciso.
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quarta-feira, dezembro 3
PS - MESMO ASSIM SOBE
(Clicar para ampliar)
Como sempre digo as sondagens valem o que valem. Esta é fresquinha e, para não variar, dá o PS a subir (40,1), o PSD a descer (26,4), o BE a subir (13,1), o PCP e PP estabilizados. Claro que há mais detalhes mas o essencial está no afastamento do PS face ao PSD e na ascensão do BE. Faltam dez meses para as eleições legislativas.
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TALVEZ TRABALHAR!
Frank Ward: Crossing Siberia
Desde ontem que passei o tempo a cogitar para que serve uma greve com uma adesão pré anunciada de quase 100%? Para que serve uma greve geral de professores do ensino básico e secundário com uma adesão de quase 100%? (segundo fonte sindical). Para protestar contra o modelo de avaliação de desempenho dos professores que já é aplicado na generalidade da administração pública? Para derrubar a ministra da educação a que se sucederá outra (ou outro) ministro da educação? Pensam que outro (ou outra) ministro da educação encetaria um recuo nas políticas que têm sido seguidas? Talvez dar uma vista de olhos pelo programa do governo! (a partir da página 42). Para derrubar o governo? Ao qual se sucederá outro governo? Qual governo? Com que programa? Porque razão foi embora o homem que coordenava o programa de governo alternativo do PSD de Manuela Ferreira Leite? Talvez a “esquerda da esquerda” se queira habilitar a fazer uma experiência de governo revolucionário. Só quando os portugueses quiserem? É esperar! O Outono é propício aos nostálgicos. O dia esteve chuvoso e promissor no campo das experiências de engenharia financeira e social. Para quem tem capacidade para fazer greves, ou escrevinhar acerca das mesmas, a vida não está mal de todo. Assim também o estado tenha capacidade financeira para pagar todas as contas. Hoje, amanhã e depois! Aqui é que a porca torce o rabo. Talvez trabalhar!
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terça-feira, dezembro 2
CRISTIANO RONALDO
CRISTIANO RONALDO
O PORTUGUÊS QUE OCUPA HOJE, EM TODO O MUNDO, AS PRIMEIRAS PÁGINAS.
HÁ QUEM NÃO VALORIZE O FEITO MAS É UMA NOTÍCIA PREFERÍVEL A ESSAOUTRA, EVITADA A TEMPO, DE UM BANCO, PEQUENO EMBORA, MAS FALIDO. É A VIDA!
O PORTUGUÊS QUE OCUPA HOJE, EM TODO O MUNDO, AS PRIMEIRAS PÁGINAS.
HÁ QUEM NÃO VALORIZE O FEITO MAS É UMA NOTÍCIA PREFERÍVEL A ESSAOUTRA, EVITADA A TEMPO, DE UM BANCO, PEQUENO EMBORA, MAS FALIDO. É A VIDA!
segunda-feira, dezembro 1
PCP: FICO MAIS DESCANSADO
Erich Lessing - Poronin near Zakopane.
Ora aqui está um discurso político claro por parte do PCP. Não haverá alianças políticas do PCP com quaisquer outras forças. Para ser coerente o PCP concorrerá sozinho em todas as eleições: europeias, legislativas e autárquicas. Um dia quando o povo português, em eleições livres, através do voto universal e secreto, atribuir ao PCP a maioria dos votos ele aceitará ser poder. Ficam assim o PS e o BE (e os restantes partidos) sabendo, de fonte segura, que não vale a pena sonharem com a colaboração política do PCP para quaisquer acordos que digam respeito a questões de poder. Ora como a politica não é mais do que a questão do poder o PCP acaba de decretar o seu isolamento político. O PCP regressa, assim, aos tempos dos sonhos revolucionários que têm como epicentro do seu programa a destruição do capitalismo e a tomada do poder pela vanguarda da classe operária que o PCP encarnaria. Um partido com uma direcção de funcionários! É o regresso a um futuro que nunca se transformará em realidade. Fico mais descansado!
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MULHERES
Fotografia de família – a minha avó paterna
Ressonâncias de outros tempos com gente povoando os caminhos e as casas habitadas em comum com suas regras horários lugares marcados uma luta pela sobrevivência é assim que me soam as ressonâncias de outros tempos. Nela as mulheres ocupam no meu imaginário o centro do mundo. O ponto cardeal em torno do qual volteiam todos os devaneios. Desfilam pela minha memória os seus rostos, vozes e cheiros. Na família tradicional que era (e é) a minha, as mulheres parece que nunca desertam dos seus deveres, nunca morrem, permanecem no centro da vida, lugar da vida, origem da vida. Se tivesse sido iluminado pelo dom de uma qualquer arte dedicar-lhes-ia um monumento, uma obra-prima, um prolongado aplauso.
[24/2/2008]
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domingo, novembro 30
La libre opinión
A conjugação da oratória de Odete Santos, clamando contra a falta de liberdade, no exercício pleno da liberdade, com o “regresso a Marx” proclamado pelo representante do PC Cubano, no Congresso do PCP, leva-me e citar Yoani Sanchez en Generación Y referindo-se à questão da liberdade de opinião em Cuba:
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AS FLORES MORTAS DA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL
Henri Cartier-Bresson - SOVIET UNION. Moscow. 1954.
O Projecto de Teses do XVIII Congresso do PCP é uma peça memorável de arqueologia ideológica. É um arquivo morto e, como tal, não susceptível de discussão mas tão-somente de registo. No plano internacional o ponto 1.3.14. tem sido sobejamente citado. Cada Partido é livre manifestar as suas simpatias e, no “quadro internacional”, o PCP explicita, de forma clara, o que entende como “países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista – Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia. (…)”
Mas o ponto 1.3.8., menos citado, “fia mais fino”. Não só pela afirmação do PCP, no contexto da “luta contra o imperialismo”, apoiando lutas nas quais tomam parte activa movimentos terroristas, sob a capa da “estabilidade nas respectivas regiões”, sem qualquer demarcação face aos “objectivos e formas de luta” desses movimentos, como pelo parágrafo final no qual rejeita, pura e simplesmente, a integração europeia.
"1.3.8. A luta contra o imperialismo conheceu um desenvolvimento particularmente importante nos últimos anos. A resistência à política de ingerência, agressão e guerra, em particular dos EUA, foi um traço marcante da luta dos povos em defesa da sua soberania e do direito inalienável a decidir dos seus destinos. No Iraque, no Afeganistão, na Palestina, no Líbano, em Cuba e na Venezuela, assim como na Síria, no Irão, na R.D.P. da Coreia, nos Balcãs, na Colômbia ou em Chipre, prosseguem batalhas decisivas para o futuro desses povos e para a estabilidade nas respectivas regiões que merecem a activa solidariedade dos comunistas portugueses. Nelas intervêm forças muito distintas na sua origem, objectivos e formas de luta, mas dispondo de real apoio de massas e convergindo na rejeição de arrogantes e humilhantes imposições externas e na defesa da cultura e soberania nacionais. A luta contra a integração capitalista europeia é parte integrante deste vasto movimento."
O Projecto de Teses do XVIII Congresso do PCP é uma peça memorável de arqueologia ideológica. É um arquivo morto e, como tal, não susceptível de discussão mas tão-somente de registo. No plano internacional o ponto 1.3.14. tem sido sobejamente citado. Cada Partido é livre manifestar as suas simpatias e, no “quadro internacional”, o PCP explicita, de forma clara, o que entende como “países que definem como orientação e objectivo a construção duma sociedade socialista – Cuba, China, Vietname, Laos e R.D.P. da Coreia. (…)”
Mas o ponto 1.3.8., menos citado, “fia mais fino”. Não só pela afirmação do PCP, no contexto da “luta contra o imperialismo”, apoiando lutas nas quais tomam parte activa movimentos terroristas, sob a capa da “estabilidade nas respectivas regiões”, sem qualquer demarcação face aos “objectivos e formas de luta” desses movimentos, como pelo parágrafo final no qual rejeita, pura e simplesmente, a integração europeia.
"1.3.8. A luta contra o imperialismo conheceu um desenvolvimento particularmente importante nos últimos anos. A resistência à política de ingerência, agressão e guerra, em particular dos EUA, foi um traço marcante da luta dos povos em defesa da sua soberania e do direito inalienável a decidir dos seus destinos. No Iraque, no Afeganistão, na Palestina, no Líbano, em Cuba e na Venezuela, assim como na Síria, no Irão, na R.D.P. da Coreia, nos Balcãs, na Colômbia ou em Chipre, prosseguem batalhas decisivas para o futuro desses povos e para a estabilidade nas respectivas regiões que merecem a activa solidariedade dos comunistas portugueses. Nelas intervêm forças muito distintas na sua origem, objectivos e formas de luta, mas dispondo de real apoio de massas e convergindo na rejeição de arrogantes e humilhantes imposições externas e na defesa da cultura e soberania nacionais. A luta contra a integração capitalista europeia é parte integrante deste vasto movimento."
sábado, novembro 29
O TEMPO NÃO VOLTA PARA TRÁS
Henri Cartier-Bresson - SOVIET UNION. Russia. Leningrad. 1973.
Por todo o mundo sopra um vento gelado na economia e nas finanças com dramáticas incidências na via quotidiana de milhões de cidadãos. Portugal não escapa à crise sem fim anunciado. Fecham fábricas ou reduzem-se os dias de trabalho, a produção contrai-se por quebra da procura, a deflação e o desemprego ameaçam tornar-se um flagelo. Para falar somente de Portugal é extraordinário que as classes com rendimentos mais baixos, seja qual for a sua origem, se mantenham na expectativa, aguentem o embate da crise, alheias aos apelos dos sindicatos. Nas fábricas buscam-se acordos para aguentar a tormenta. Quem se manifesta são funcionários públicos aos quais o estado paga religiosamente, pouco ou muito, por volta do dia 23 de cada mês. Não sei se dá para perceber que quem paga os ordenados aos manifestantes são aqueles que mais sofrem com a crise. Os grandes sacrificados pela crise que não esperem, do Congresso do PCP, palavras inspiradoras que venham ao encontro da concretização dos seus desejos e paixões.
Por todo o mundo sopra um vento gelado na economia e nas finanças com dramáticas incidências na via quotidiana de milhões de cidadãos. Portugal não escapa à crise sem fim anunciado. Fecham fábricas ou reduzem-se os dias de trabalho, a produção contrai-se por quebra da procura, a deflação e o desemprego ameaçam tornar-se um flagelo. Para falar somente de Portugal é extraordinário que as classes com rendimentos mais baixos, seja qual for a sua origem, se mantenham na expectativa, aguentem o embate da crise, alheias aos apelos dos sindicatos. Nas fábricas buscam-se acordos para aguentar a tormenta. Quem se manifesta são funcionários públicos aos quais o estado paga religiosamente, pouco ou muito, por volta do dia 23 de cada mês. Não sei se dá para perceber que quem paga os ordenados aos manifestantes são aqueles que mais sofrem com a crise. Os grandes sacrificados pela crise que não esperem, do Congresso do PCP, palavras inspiradoras que venham ao encontro da concretização dos seus desejos e paixões.
sexta-feira, novembro 28
MARIA DE LURDES RODRIGUES - "Ainda me sinto anarquista"
Maria Alexandre Lousada, doutorada em Geografia, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, conheceu-a já como estudante universitária, depois do 25 de Abril. Encontraram-se na sede do jornal anarco-sindicalista A Batalha. "Achávamos que podíamos contribuir para um mundo melhor." Mas nenhuma achava que um dia ia ter um cargo político.Também estiveram juntas na Ideia, uma revista anarquista, de cultura e pensamento libertário. "Planeávamos, escrevíamos artigos, levávamos à tipografia, depois íamos com uns molhinhos distribuir pelas livrarias, fazíamos tudo", recorda Lousada.
[Ler também aqui].
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quinta-feira, novembro 27
É PRECISO QUE ALGO ACONTEÇA ...
Gary Auerbach
A propósito do que Marina Costa Lobo escreveu em A Democracia é uma jangada apeteceu-me ir buscar uma frase que pode ter muitas leituras. E fui tentado a fazer o exercício de a aplicar ao “caso” Dias Loureiro. A solução para o “caso” Dias Loureiro parece simples. Mas, ao mesmo tempo, parece que não é! Quanto mais tempo o "caso" Dias Loureiro passar sem solução mais vai ter que arregaçar as calças o “supremo magistrado da nação”. E a jangada da democracia balouça! Balouça! Balouça!
A propósito do que Marina Costa Lobo escreveu em A Democracia é uma jangada apeteceu-me ir buscar uma frase que pode ter muitas leituras. E fui tentado a fazer o exercício de a aplicar ao “caso” Dias Loureiro. A solução para o “caso” Dias Loureiro parece simples. Mas, ao mesmo tempo, parece que não é! Quanto mais tempo o "caso" Dias Loureiro passar sem solução mais vai ter que arregaçar as calças o “supremo magistrado da nação”. E a jangada da democracia balouça! Balouça! Balouça!
É preciso que algo aconteça, eis a explicação da maior parte dos compromissos humanos. É preciso que algo aconteça, mesmo a servidão sem amor, mesmo a guerra ou a morte. Vivam, pois, os enterros!
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quarta-feira, novembro 26
BUSQUEMOS O EQUILÍBRIO PARA NÃO PERDERMOS A RAZÃO
Um líder marxista* disse, um dia, qualquer coisa como: “devemos evitar os sacrifícios inúteis”. Esse lema pode aplicar-se, nos nossos dias, na perfeição, à salvação do próprio marxismo. Não enquanto filosofia, repleta de ensinamentos válidos, mas enquanto doutrina politica. O marxismo, e os seus subprodutos, estão mortos pelo menos para aqueles que prezam, acima de qualquer outro valor, a liberdade. O que poderá suscitar espanto, para os que se interessam, e aderem às causas dos partidos que se reclamam do marxismo como o PCP. Quando utilizei a fórmula da “esperança morta” aplicada aos crentes assumidos, ou não, nos “amanhãs que cantam” não estava, ao contrário do que afirma o meu amigo Joaquim, a subestimar a crítica, qualquer que ela seja, seja qual for o seu destinatário. O problema é que os partidos que corporizam, no terreno da política, à esquerda da esquerda, a critica à política do PS, e ao seu governo, não a admitem no seu próprio seio. Não são, consabidamente, praticantes dos princípios que advogam para os outros. O PCP e o BE, cada um com a sua história, e seus métodos próprios, rejeitam a verdadeira discordância, eliminando os seus críticos como se elimina uma nódoa mesmo que seja à custa da integridade do pano. A concepção totalitária que explora a “fraqueza” da democracia politica, em favor da tirania, como a história ensina, não é monopólio da direita. Os exemplos domésticos, à esquerda, não faltam. Em época de crise todos os cuidados são poucos na apreciação dos méritos da política do “quero, posso e mando”, quer dos críticos radicais dessa política. O que eu digo é: busquemos o equilíbrio para não perdermos a razão.
* Talvez Antonio Gramsci, fundador do partido Comunista Italiano, que a Igreja Católica, por este dias, revelou ter-se convertido no leito de morte. Porque não?
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* Talvez Antonio Gramsci, fundador do partido Comunista Italiano, que a Igreja Católica, por este dias, revelou ter-se convertido no leito de morte. Porque não?
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terça-feira, novembro 25
DINHEIRO SUJO
Revolvem-se-me as tripas com o desprezo votado ao carácter, verticalidade e hombridade dos homens públicos. Nada que seja fenómeno novo mas tomou o lugar cativo em tudo o que cheira a dinheiro e comunicação que atribui notoriedade. Não sei se verei o dia em que se inverta este estado de coisas ou, ao menos, se atenue o desdém face à parte fraca da sociedade. Não sei se algum dia, na história do homem em sociedade, se atingiu um tão alto grau de desprezo pelos valores da solidariedade individual. Todas as ideias solidárias morrem por não ser possível sequer tentar levantar um dedo sem que por detrás dele se não vislumbre a sombra do interesse material. Ardemos às mãos do império do dinheiro sujo e das leis que permitem esconder e disfarçar os mandantes dos crimes mais hediondos contra a humanidade. E não se sabe da missa a metade.
[2/5/2008]
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segunda-feira, novembro 24
UMA ESPERANÇA MORTA
O problema dos nossos intelectuais críticos da governação, qualquer que seja, é não serem capazes de entender que a governação não se situa no terreno do ideal absoluto mas na capacidade de atender ao relativo possível. O problema dos nossos intelectuais de esquerda críticos da governação de (centro) esquerda, é não entenderem que a esquerda, à esquerda, fundada nos puros valores, herdados da revolução francesa, já se finou. [Ver um caso em chaga viva!] O problema da esquerda, face a face com o poder, é recorrente: compromisso ou radicalidade? A insistência na radicalidade, herdeira dos vários esquerdismos, é a via mais segura para entregar, numa bandeja de prata, o poder à direita. A esquerda da esquerda não acredita na democracia politica como um regime político virtuoso mas tão-somente como um regime transitório, a derrubar por dentro, em favor de uma democracia popular, de um poder popular, ou seja, o regresso a uma discussão estafada que desemboca numa esperança morta. Para pior já basta assim …
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domingo, novembro 23
A CRISE
Bartek Pogoda
A crise do capitalismo financeiro agudiza-se. A chamada economia de casino parece nas últimas e tudo isto na véspera das eleições presidenciais americanas. Qual a solução? Uma guerra? Uma entrada do Estado na economia? Um reforço drástico do seu papel regulador? Mas como alimentar de recursos financeiros uma economia que deixou de se alimentar, na sua maior fatia, dos chamados bens transaccionáveis?
16/9/2008
A crise do capitalismo financeiro agudiza-se. A chamada economia de casino parece nas últimas e tudo isto na véspera das eleições presidenciais americanas. Qual a solução? Uma guerra? Uma entrada do Estado na economia? Um reforço drástico do seu papel regulador? Mas como alimentar de recursos financeiros uma economia que deixou de se alimentar, na sua maior fatia, dos chamados bens transaccionáveis?
16/9/2008
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sábado, novembro 22
CACOS
Ontem o PS gaulês afundou-se ainda mais no caos. Que, ao menos, sirva de lição para os socialistas portugueses. Ao conferir as notícias nacionais a minha atenção foi atraída para a data do encontro de Dias Loureiro com o administrador do Banco de Portugal?! Abril de 2002! Mas se a reunião, conforme outra notícia, se realizou em Abril de 2005 não deixa de ser, igualmente, interessante.
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sexta-feira, novembro 21
OBAMA - TODAS AS ESPERANÇAS E RISCOS
Paolo Pellegrin - Obama's election night rally in Grant park, Chicago. USA
Paira por toda a Europa um ambiente de crise – na economia e nos valores – que pronuncia um futuro pouco radioso para a democracia, para a paz e a liberdade. Os sinais são muito fortes e não se circunscrevem às questões do regime democrático e da crise dos partidos que são a sua razão de ser. Voltaram as perseguições a minorias étnicas – como a cigana – eclodem fenómenos de racismo que já ultrapassam o pitoresco da anedota para se erguerem ao nível do discurso político oficial. Os próximos tempos são decisivos para saber até que ponto esta é uma situação reversível ou se vai crescer em espiral com o avanço da direita e extrema-direita. Uma boa notícia poderá ser a vitória de Obama nas presidenciais americanas. Tornaria, além do mais, embaraçosa a situação de muitos líderes políticos europeus nas recepções ao Presidente americano. O líder da maior potência mundial, pela primeira vez na história, seria um negro e aquela parte da Europa xenófoba e racista, que alcançou o poder, ter-lhe-ia que prestar honras de estado. Suprema ironia! A ver se não o assassinam antes que essa lição possa ser ministrada!
18/5/2008
Ségolène Royal
SEGUNDA VOLTA NAS ELEIÇÕES PARA A ESCOLHA DA 1ª SECRETÁRIA DO PS EM FRANÇA. Ségolène Royal venceu, hoje, na primeira volta e é favorita. Em qualquer caso é certo que os socialistas franceses terão, nos próximos tempos, uma mulher como primeira figura.
Un second tour Royal-Aubry pour la tête du PS Ségolène Royal favourite to lead French Left favourite to lead French Left
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quinta-feira, novembro 20
DEMOCRACIA OU DITADURA
Há quem se afadigue no campo socialista a fazer o combate pedagógico pela destrinça entre o programa, e as políticas, dos socialistas e o programa, e as politicas, dos partidos ditos à sua esquerda. É uma perda de tempo. Essa destrinça já está feita há muito tempo pela história e qualquer cidadão de bom senso a entende. Mas se querem uma achega acho que a raiz da destrinça foi exposta, de forma brutal, pela Dra. Manuela Ferreira Leite: DEMOCRACIA OU DITADURA?
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quarta-feira, novembro 19
terça-feira, novembro 18
PÉROLAS DA DRA. MANUELA
Defendendo a ideia de que não se deve tentar fazer reformas contra as classes profissionais, Manuela Ferreira Leite declarou: "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia...".
Toda a gente vai glosar (gozar) esta tirada de Manuela Ferreira Leite, que tem a seu favor a interpretação de tentar fazer ironia com uma certa falta de jeito. Mas o problemas dos líderes políticos é serem líderes políticos e, nessa condição, as suas declarações assumirem um alcance que ultrapassa a mera conversa de circunstância à mesa do café.
Olhem no que acabei de receber da Guida depois de ouvir a senhora:
Santa Madonna per Carita…A Manuela F Leite é mesmo a Gertrudes, filha de Marcelo Caetano. ah ah ah Agora pede seis meses sem democracia para se fazerem reformas. Ahahahah Volta Ex líder do PSD (não me lembro o nome) tu estás perdoado. Aí Aí Aí …. Hihihihi Não dá para acreditar, mas é verdade. Mas o que é que se passará com o PSD? Andam a consumir as drogas comercializadas pela clak do Benfica ahahhha. Eu não acredito mas eu ouvi. [Há aqui um pequeno engano: A dona Gertrudes Thomaz começou por ser a esposa do ministro da Marinha, mais tarde, Presidente da República Américo Thomaz, o que para o caso tanto dá!]
Hoje a Dra. Manuela já não se poderá queixar de ser 14ª notícia no telejornal, ah, ah, ah …
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Sem margem para dúvidas ... Pois, também me parece ...
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Toda a gente vai glosar (gozar) esta tirada de Manuela Ferreira Leite, que tem a seu favor a interpretação de tentar fazer ironia com uma certa falta de jeito. Mas o problemas dos líderes políticos é serem líderes políticos e, nessa condição, as suas declarações assumirem um alcance que ultrapassa a mera conversa de circunstância à mesa do café.
Olhem no que acabei de receber da Guida depois de ouvir a senhora:
Santa Madonna per Carita…A Manuela F Leite é mesmo a Gertrudes, filha de Marcelo Caetano. ah ah ah Agora pede seis meses sem democracia para se fazerem reformas. Ahahahah Volta Ex líder do PSD (não me lembro o nome) tu estás perdoado. Aí Aí Aí …. Hihihihi Não dá para acreditar, mas é verdade. Mas o que é que se passará com o PSD? Andam a consumir as drogas comercializadas pela clak do Benfica ahahhha. Eu não acredito mas eu ouvi. [Há aqui um pequeno engano: A dona Gertrudes Thomaz começou por ser a esposa do ministro da Marinha, mais tarde, Presidente da República Américo Thomaz, o que para o caso tanto dá!]
Hoje a Dra. Manuela já não se poderá queixar de ser 14ª notícia no telejornal, ah, ah, ah …
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Sem margem para dúvidas ... Pois, também me parece ...
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segunda-feira, novembro 17
JOÃO MARTINS PEREIRA
Em memória de João Martins Pereira,
Através do Almanaque Republicano e de Rui Bebiano, aqui e aqui. E aqui também. Reproduzo um comentário acerca da sua condição de fundador do MES: O assunto não tem importância alguma nem tenho aspirações a ser historiador do MES. Ao longo dos últimos tempos tinha-me interrogado acerca do João Martins Pereira, que seria feito dele, pois a sua marca na esquerda, não alinhada com qualquer ortodoxia, foi forte e não o esqueci. Mas tenho quase a certeza que ele não foi fundador do MES. Pertencia aquele magna dos não alinhados da esquerda que, em parte, se encontraram no MES por mais ou menos tempo. Mas não há registo, que eu conheça, onde conste o seu nome, nem me lembro da sua participação nas anárquicas actividades fundadoras do MES. Mas se for verdade o que afirmo tenho pena!
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Através do Almanaque Republicano e de Rui Bebiano, aqui e aqui. E aqui também. Reproduzo um comentário acerca da sua condição de fundador do MES: O assunto não tem importância alguma nem tenho aspirações a ser historiador do MES. Ao longo dos últimos tempos tinha-me interrogado acerca do João Martins Pereira, que seria feito dele, pois a sua marca na esquerda, não alinhada com qualquer ortodoxia, foi forte e não o esqueci. Mas tenho quase a certeza que ele não foi fundador do MES. Pertencia aquele magna dos não alinhados da esquerda que, em parte, se encontraram no MES por mais ou menos tempo. Mas não há registo, que eu conheça, onde conste o seu nome, nem me lembro da sua participação nas anárquicas actividades fundadoras do MES. Mas se for verdade o que afirmo tenho pena!
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domingo, novembro 16
ELEITORALISMO (II)
A recente posição de Manuel Alegre vem reforçar, salvo qualquer desenvolvimento inesperado, o contrário do que o próprio Alegre afirma, pelo menos, num ponto: “o partido [PS] neste momento é uma máquina eleitoral…”. Se o PS, como máquina eleitoral, arrisca a dissidência de Alegre das duas uma: ou não é máquina eleitoral ou Alegre se tornou prejudicial a que funcione com eficiência. É a questão do eleitoralismo! O segredo deste mistério será desvendado com o resultado das próximas eleições e até, quem sabe, com a composição das próprias listas do PS. É que, Alegre sabe-o melhor do que ninguém, a esquerda move-se … e as ideias também!
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sábado, novembro 15
NOTÍCIAS NA OBSCURIDADE
Nunca ninguém liga coisa nenhuma aos nossos homens e mulheres de teatro. Nascem, fazem carreira, morrem, ponto final. Um dia destes fiquei a saber, pelo Joaquim Nogueira, que o Carlos Porto tinha morrido. Ontem soube que morreu o Pedro Pinheiro. O que são estes acontecimentos para lutar ombro a ombro com as notícias de escândalos e violências!
sexta-feira, novembro 14
ELEITORALISMO
Katie Baum
Um aspecto muito interessante, e silenciado, da situação politica lusa é não se falar em eleitoralismo do governo nem do partido que o suporta. Ao longo do tempo desta legislatura sempre assomou à boca dos críticos do governo – afinal, de uma forma ou outra, todos somos críticos dos governos – que lá para as proximidades do final da legislatura o governo se entregaria ao habitual desprezo pelos compromissos assumidos e se lançaria nos braços das promessas fáceis. É a consagrada época de abertura da caça ao voto. Mas, afinal, nada! Numa área tão crucial como a educação, transversal a toda a sociedade, o governo, pela boca de todos os seus responsáveis, incluindo o primeiro-ministro declara, apesar dos riscos de impopularidade, manter as politicas traçadas desde o início. Aconteça o que acontecer, nos próximos meses, já estamos a assistir a algo de novo na política em Portugal.
Um aspecto muito interessante, e silenciado, da situação politica lusa é não se falar em eleitoralismo do governo nem do partido que o suporta. Ao longo do tempo desta legislatura sempre assomou à boca dos críticos do governo – afinal, de uma forma ou outra, todos somos críticos dos governos – que lá para as proximidades do final da legislatura o governo se entregaria ao habitual desprezo pelos compromissos assumidos e se lançaria nos braços das promessas fáceis. É a consagrada época de abertura da caça ao voto. Mas, afinal, nada! Numa área tão crucial como a educação, transversal a toda a sociedade, o governo, pela boca de todos os seus responsáveis, incluindo o primeiro-ministro declara, apesar dos riscos de impopularidade, manter as politicas traçadas desde o início. Aconteça o que acontecer, nos próximos meses, já estamos a assistir a algo de novo na política em Portugal.
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quinta-feira, novembro 13
quarta-feira, novembro 12
MES - Os dirigentes eleitos no II Congresso (II)
No contexto político em que foi realizado o II Congresso do MES, na ressaca do 25 de Novembro de 1975, não admira que a designação adoptada para a estrutura dirigente eleita fosse a de Comité Central, decalcada dos partidos comunistas, o que nunca antes havia acontecido. A sua composição, por outro lado, aproximou-se da representação nacional, reivindicação antiga das “bases” e, curiosamente, como sempre aconteceu, não contou com a participação de uma única mulher.
Atenho-me, nesta abordagem, à composição dos órgãos dirigentes do MES permitindo, no período que decorreu entre o II e III Congresso, observar um processo de depuração cujas razões políticas não abordo neste momento.
Eis a composição do Comité Central, e da Comissão Política, órgãos saídos do II Congresso, com as datas das respectivas eleições e a evolução da composição da Comissão Politica e do Secretariado, que resultaram das lutas internas que ocorreram desde o II até às vésperas do III Congresso.
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COMITÉ CENTRAL
João Mário Anjos *, Marcolino Abrantes *, Afonso de Barros *, Manuel Luís Brito (Coordenadora Regional de Viana), António Caetano (SORBA - Secretariado da Organização Regional do Baixo Alentejo), Celso Cruzeiro *, Francisco Cordovil - suplente - (SORL - Secretariado da Organização Regional de Lisboa), Valter Diogo (Núcleo de Castelo Branco), Francisco Farrica *, Eduardo Graça *, Rogério de Jesus *, Alberto Martins (SORP - Secretariado da Organização Regional do Porto), António Mil-Homens (Coordenadora Militar), António Moreira (SORBA), Augusto Mateus *, Carlos Mendonça (SORBL - Secretariado da Organização Regional da Beira Litoral), Edilberto Moço *, Fernando Ribeiro Mendes *, Luís Martins *, António Pires (SORBA), Eduardo Pontes (Núcleo do Açores), Manuel Pires (SORL), Nuno Teotónio Pereira *, Agostinho Roseta - suplente (Célula do Sindicato dos Têxteis - ORL), Agostinho Rafael (SORP), Cândido Rana (ORL - Célula Petroquímica), Eduardo Ferro Rodrigues *, Jacinto Rodrigues (SORP), José Manuel Raimundo - suplente (Núcleo de Faro), António Cortes Simões - suplente (SORBA), António Moreira dos Santos (Núcleo de São João da Madeira), Fernando de Sousa (SORBL), Vítor Silva *, Carlos Vargas (Núcleo de Faro), Vítor Wengorovius *.
(A lógica da ordenação dos nomes é indecifrável mas é a que consta do documento que tenho na minha posse. Assinalam-se as estruturas de origem de cada um dos eleitos, sendo assinalados com * aqueles que provinham da CPN -Comissão Política Nacional, eleita no I Congresso).
COMISSÃO POLÍTICA DO COMITÉ CENTRAL *
Marcolino Abrantes, Afonso de Barros, Francisco Farrica, Eduardo Graça, Rogério de Jesus, Alberto Martins, Augusto Mateus, Fernando Ribeiro Mendes, Manuel Pires, Nuno Teotónio Pereira, Eduardo Ferro Rodrigues. (* Eleita em 21 de Fevereiro de 1976 na 1ª Reunião Ordinária do C.C.)
Em 3 e 4 de Julho de 1976, na 5ª Reunião ordinária do CC, foi eleita uma nova Comissão Politica e, pela primeira vez, o Secretariado do C.C, com a seguinte composição:
COMISSÃO POLÍTICA:
Afonso de Barros, Francisco Cordovil, Eduardo Graça, Rogério de Jesus, Alberto Martins, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Carlos Mendonça, Fernando Ribeiro Mendes, Nuno Teotónio Pereira, Vítor Silva. (Sublinho os nomes que permaneceram da anterior CP sendo que, em Janeiro de 77, José Manuel Raimundo substituiu Rogério de Jesus.)
SECRETARIADO:
Afonso de Barros, Eduardo Graça, António Mil-Homens, Augusto Mateus e Nuno Teotónio Pereira. (Francisco Farrica substituiu Afonso de Barros, em Novembro de 76 e Fernando Ribeiro Mendes substituiu António Mil-Homens, em Janeiro de 77).
Em 7 e 8 de Abril (ou Maio) de 1977, na 6ª Reunião Extraordinária (15ª Ordinária) do C. C., foi eleita uma nova Comissão Política e um novo Secretariado:
COMISSÃO POLÍTICA:
Manuel Luís Brito, António Caetano, Francisco Cordovil, Francisco Farrica, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Eduardo Pontes, Nuno Teotónio Pereira, António Cortes Simões, Fernando de Sousa, Vítor Wengorovius. (Sublinho os únicos dois nomes que, entre 21 de Fevereiro de 1976 a 8 de Abril (ou Maio) de 1977, integraram todas as sucessivas Comissões Políticas.)
SECRETARIADO:
Francisco Cordovil, António Mil-Homens, Augusto Mateus, Eduardo Pontes e Nuno Teotónio Pereira.
É assinalável o facto de, entre Fevereiro de 1976 e o verão de 1977, se terem afastado da Comissão Política, entre outros: Afonso de Barros, Eduardo Ferro Rodrigues, Eduardo Graça, Alberto Martins e Fernando Ribeiro Mendes.
Um dia, se não me faltar tempo, e vontade, voltarei à abordagem das vicissitudes políticas deste período conturbado da vida do MES.
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terça-feira, novembro 11
JUSTIÇA(S)
Scarlett Johansson
Um dia destes passei uma manhã no tribunal para testemunhar a propósito de um crime daqueles de pequena criminalidade. Nunca tinha visto, ao vivo, chegarem à sala de audiência presos algemados. Guardas prisionais, aparentemente cordatos, fardados a rigor. Silêncio, ordem e respeito nas relações entre os diversos intervenientes. Um mundo aparte com as suas regras e compromissos. Juízes, advogados, oficiais de justiça, arguidos e testemunhas cruzando-se nos intervalos das audiências. Mau grado todas as críticas, dúvidas, ressentimentos e atrasos, quiçá injustiças relativas, é sempre preferível a justiça do tribunal à “justiça mediática”, às ordens da “voz da rua”.
Um dia destes passei uma manhã no tribunal para testemunhar a propósito de um crime daqueles de pequena criminalidade. Nunca tinha visto, ao vivo, chegarem à sala de audiência presos algemados. Guardas prisionais, aparentemente cordatos, fardados a rigor. Silêncio, ordem e respeito nas relações entre os diversos intervenientes. Um mundo aparte com as suas regras e compromissos. Juízes, advogados, oficiais de justiça, arguidos e testemunhas cruzando-se nos intervalos das audiências. Mau grado todas as críticas, dúvidas, ressentimentos e atrasos, quiçá injustiças relativas, é sempre preferível a justiça do tribunal à “justiça mediática”, às ordens da “voz da rua”.
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segunda-feira, novembro 10
UMA SURPRESA
Ségolène Royal
Congrès socialiste, Ségolène Royal sort en tête - Uma surpresa no campo dos socialistas franceses
Congrès socialiste, Ségolène Royal sort en tête - Uma surpresa no campo dos socialistas franceses
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sábado, novembro 8
A LUZ E A SOMBRA
Mais uma sondagem que aponta no mesmo sentido. As sondagens valem o que valem mas o PS continua a aguentar-se. Manuela Ferreira Leite já quase não tem margem para cair mais. À esquerda tudo, mais ou menos, na mesma. Quer-me parecer que não são manifestações de professores que inverterão esta tendência.
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sexta-feira, novembro 7
NÃO SE PODE NACIONALIZAR O BENFICA?
Gosto muito de ver jogar o Benfica mesmo quando joga mal e joga mal tantas vezes que até impressiona. São paixões que se constroem fora da nossa vontade e nos acompanham a vida toda. Mas não quero saber de ver jogar o Benfica na TV se me quiserem obrigar a pagar uma portagem extra ou me quiserem obrigar a mudar de operador do cabo. Prefiro nesse caso ver jogar o Braga como ontem vi dar um “banho de bola” ao Milão e depois perder. Mas parece que o Benfica que não vi jogar também perdeu e não sei mais nada dele. Agora esse senhor que aparece na comunicação social, que se chama Vieira, não me diz nada, nem quero saber para que lhe serve o Benfica. O que sei, ao certo, é que não me deixa ver jogar o Benfica na TV. Eu pergunto ao Sócrates que suponho ser benfiquista: não se pode nacionalizar o Benfica?
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ALBERT CAMUS
Pelo 95º aniversário do nascimento de Albert Camus anuncio que por estes dias ficará pronto um novo livro (“quase livro”) que baptizei com o título do seu último poema: Há um momento em que a juventude se perde. É o momento em que os seres se perdem. E é preciso saber aceitar. Mas esse momento é duro. Uma micro edição inspirada em Camus para as vésperas do Natal.
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quinta-feira, novembro 6
UMA ENTREVISTA INTERESSANTE
As obras públicas devem-se fazer, se for possível. Tenho uma atracção pela modernidade, tudo o que são maravilhas da tecnologia sempre me fascinaram, por isso, ter um TGV a passar pelo nosso país fascina-me. Não vejo porque não. O problema é se é possível, necessário e há dúvidas sérias sobre isso. A minha tese em relação a estes grandes empreendimentos é que foram muito bem estudados e não há razão para serem abandonados de uma maneira fácil. Mas há-de haver a coragem para os retardar se houver razões sérias para isso. [Também aqui].
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quarta-feira, novembro 5
OBAMA VAI VENCER
Após a vitória de Obama em diversos estados chave estando outros ainda a ser disputados taco a taco julgo que falta pouco para a celebração. Aleluia!
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A direita política, seja qual for a sua capacidade de transfiguração, foi derrotada nas eleições presidenciais americanas de 4 de Novembro de 2008. O mais importante desta eleição é ir além da nação americana. Pelo perfil do candidato vencedor, pela natureza do seu discurso político, pela esperança de futuro que a sua vitória derrama nos nossos corações, é a politica que se eleva acima de uma nação para se catapultar no mundo global. Com todas as virtudes e defeitos desta nova realidade, cujos contornos e repercussões não sou capaz de abarcar, sinto que Obama é, para o bem e para o mal, também o meu Presidente. A síntese e a antítese. A singularidade e a pluralidade. A liberdade e a igualdade. Que viva!
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OBAMA
Ainda é muito cedo mas Obama vai na frente na Flórida e na Carolina do Norte o que é um sinal, a manter-se a tendência, que vai ganhar.
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terça-feira, novembro 4
NA ESPERA
Devo confessar que estou mais ou menos congelado à espera dos resultados das eleições presidenciais americanas. Podemos estar na antecâmara de uma mudança histórica nos destinos da América. Bem entendido salvaguardando as posições daqueles que acham que na América é sempre tudo igual. Enquanto passa o tempo, e os americanos votam em massa, o Sporting ganhou. Ora aí está um facto que parece confirmar uma mudança de ciclo no futebol português. Pode ter chegado ao fim o longo período de glória do FC Porto …
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