sexta-feira, setembro 24

Pó dos livros - 5

Não foi uma descoberta nem um reencontro. É o livro dos livros. Era a biblioteca da casa dos meus avós (maternos). Camponeses de um Algarve seco e pobre das primeiras décadas do Sec. XX. Tempos atrás mandei-o encadernar. Ficou como novo.

É uma edição de 1867 impressa em Lisboa pela Typographia Universal de Thomaz Quintino Antunes, Rua dos Calafates, 110.

É a Bíblia Sagrada: “O Novo e o Velho Testamento traduzida em portuguez segundo a vulgata latina por António Pereira de Figueiredo”.

Noutros tempos foi um livro grosso para o meu olhar juvenil. Mais de mil páginas, a duas colunas, letras miúdas e bem arrumados em capítulos e começa assim:

GENESIS - Em Hebraico Beresith
Capítulo I

“1. No princípio creou Deus o Ceo e a Terra. 2. A terra porém era vã e vazia: e as trevas cobriam a face do abysmo: e o espirito de Deus era levado sobre as águas. 3. E disse Deus: faça-se a luz; e foi feita a luz. ...”

Este livro é o sinal de uma cultura e civilização a cuja matriz fundadora não pude escapar.

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