Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
domingo, outubro 23
Eu sinto um frio por dentro
Paula Rego - Monkey hypnotising a Chicken, 1982
Eu sinto um frio por dentro
Quando estremece o mundo
Ou alguém morre ou cai doente
O corpo desfalece e vai ao fundo
Quanto mais amadurece a vida
Em mim mais me entristeço
Lendo a mesma página lida
Se instala a dúvida se me mereço
Olho e revejo desfilar a gente
Que me amou e que se me deu
Receio receber a dor finalmente
Que se recebe e diz ela morreu
Não quero saber da angústia
Que me toma e subo a estrada
Devagar imaginando a busca
Final em que se perde a alma
Eu sinto um frio por dentro
Eu sinto o que não se ouve
Nem mesmo uivar o vento
E o que acontece eu já soube
Lisboa, 15 de Outubro de 2005
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