O “Caso Outreau” ocupou as primeiras páginas de toda a comunicação social francesa este fim-de-semana. Trata-se, para quem não saiba, de um caso de pedofilia altamente mediático, com cinco anos, e que chegou ao fim com a ilibação de todos os acusados. De facto, no passado dia 1 de Dezembro, os últimos 6 acusados foram ilibados.
Entretanto um deles suicidou-se e todos foram sujeitos a um “julgamento na praça pública” que não é difícil de imaginar para os portugueses.
O procurador-geral da República de Paris acaba por se deslocar ao tribunal para pedir desculpa. O Ministro da Justiça anunciou uma investigação, de alto a baixo, a todos os operadores judiciários envolvidos no processo. O primeiro-ministro francês vai receber, formalmente, todos os acusados no caso.
O “Le Monde” titulou no sábado, 3 de Dezembro passado, “Le fiasco d´Outreau impose une reforme de la justice pénale” – En debat Le role du juge d´instruction, la sanction des “erreurs grossières et manifestes”.
Em Portugal que eu tenha visto, ontem, sábado, nem o “Público”, nem o DN, faziam qualquer referência ao caso. Hoje, domingo, o “Público” nada. Talvez tenha havido, nos dias anteriores, alguma referência mas não vi nenhuma. Estranho fenómeno.
Quando em Portugal, desde há 3 anos, não se fala de outra coisa que não no caso “Casa Pia”, e não só, pois a pedofilia é o que “vende”, é, no mínimo, estranho que o epílogo do “Caso Outreau” não mereça uma atenção detalhada e aprofundada na comunicação social portuguesa. Explicações, precisam-se. Mas é, digamos, aterradora esta ausência de atenção e de informação. Ou será, no actual estado da justiça, tudo normal?
Vejam aqui um resumo do caso pelo lado do processo mediático:
Entretanto um deles suicidou-se e todos foram sujeitos a um “julgamento na praça pública” que não é difícil de imaginar para os portugueses.
O procurador-geral da República de Paris acaba por se deslocar ao tribunal para pedir desculpa. O Ministro da Justiça anunciou uma investigação, de alto a baixo, a todos os operadores judiciários envolvidos no processo. O primeiro-ministro francês vai receber, formalmente, todos os acusados no caso.
O “Le Monde” titulou no sábado, 3 de Dezembro passado, “Le fiasco d´Outreau impose une reforme de la justice pénale” – En debat Le role du juge d´instruction, la sanction des “erreurs grossières et manifestes”.
Em Portugal que eu tenha visto, ontem, sábado, nem o “Público”, nem o DN, faziam qualquer referência ao caso. Hoje, domingo, o “Público” nada. Talvez tenha havido, nos dias anteriores, alguma referência mas não vi nenhuma. Estranho fenómeno.
Quando em Portugal, desde há 3 anos, não se fala de outra coisa que não no caso “Casa Pia”, e não só, pois a pedofilia é o que “vende”, é, no mínimo, estranho que o epílogo do “Caso Outreau” não mereça uma atenção detalhada e aprofundada na comunicação social portuguesa. Explicações, precisam-se. Mas é, digamos, aterradora esta ausência de atenção e de informação. Ou será, no actual estado da justiça, tudo normal?
Vejam aqui um resumo do caso pelo lado do processo mediático:
Correcção: como A. Pais chamou a atenção, em comentário a este post, no "Público", de domingo passado, saíu um trabalho de Francisco Teixeira da Mota, acerca deste caso, intitulado "Derivas Judiciárias - I". Embora numa coluna de "especialidade", intitulada "Do Mundo da Justiça", é um trabalho razoavelmente detalhado e que promete continuar. Afinal o silêncio não é absoluto, mas quase.
4 comentários:
Caro Eduardo:
felecito-te pelo brilhante artigo do "meu tio ventura"
A. Reis
Obrigado. Sei da autenticidade e significado destas palavras.
Viva Eduardo,
Só uma precisão : a coluna de Francisco Teixeira da Mota no "Público" de domingo refere-se ao caso.
Um abraços,
António PAis
O A. Pais tem toda a razão. Francisco Teixeira da Mota, no "Público", de domingo passado, dedica a sua coluna ao caso sob o título: "Derivas Judiciárias - I" com promessa de continuação. O trabalho é bastante detalhado mas o caso continua a ser tratado numa coluna de "especialidade" como o título da mesma declaradamente assume: "Do Mundo da Justiça".
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