Abandono Escolar - uma emergência nacional (I)
A Comissão Europeia divulgou um "projecto de relatório intercalar" acerca dos objectivos da "Estratégia de Lisboa" para os sistemas de educação e de formação na Europa.Esse relatório revela que, considerando os jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos, a "taxa média de casos de abandono escolar, precoce, na União é de 18,8 %".
Surpreendente, ou talvez não, os dez países aderentes apresentam melhor desempenho que os actuais Estados membros da União com uma taxa de 8,4 %.
Outro facto relevante é que Portugal apresenta a mais alta taxa de abandono escolar da União Europeia com 45,5%. Ainda mais preocupante é o facto de Portugal (com a Dinamarca) ter invertido, a partir de meados da década de 90, a tendência para a melhoria deste indicador, encetada no início dessa mesma década.
Mesmo que se tente suavizar a situação, questionando os critérios adoptados para construir estes indicadores, são notícias preocupantes para a Europa e, em particular, para Portugal.
É uma situação reveladora da profunda "desvantagem competitiva" de Portugal face aos restantes países da EU. Não está em causa a estatística mas a economia e as vidas que se escondem por detrás da estatística.
Os jovens, na maior parte dos casos, abandonam a escola por razões económicas no quadro de situações familiares à beira do limiar da sobrevivência.
(Artigo publicado no "Semanário Económico" - 2 de Abril de 2004)
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