sexta-feira, abril 23

PALESTINA

Imagens impressionantes de jovens palestinianos, nas encostas ressequidas e poeirentas da sua terra, apedrejando os grandes e inexpugnáveis carros de guerra israelitas. Eles avançam e recuam perante os disparos numa dança macabra mas, ao mesmo tempo, bela.

São quase todos jovens e os seus vultos não deixam esconder o seu desespero, ou fanatismo, conforme os pontos de vista. A beleza da guerra é uma blasfémia. A heroicidade um estímulo para a criação. Os repórteres do canal da televisão francesa (?) relatam os mortos palestinianos desta guerra sem fim à vista.

Os ultras conservadores no poder, em Israel e nos EUA, parecem dispostos a rasgar todos os acordos antigos e recentes acerca da divisão territorial naquela região colocando os palestinianos no inferno de uma pátria acossada e sem território. O mesmo que sucedeu ao povo judeu noutro tempo e noutra circunstância histórica. Tudo é diferente nas diversas versões dos acontecimentos. Mas os povos sofrem no concreto das suas vidas. Os cronistas somente relatam e comentam no conforto das suas convicções limpas de sangue.

O sangue escorre da carne dos povos que sofrem e morrem sem, a mais das vezes, saberem das verdadeiras razões das guerras. As imagens e as notícias, que as nossas televisões quase não mostram, são demasiado cruéis e injustas para os povos israelita e palestiniano. Algo tem que acontecer para por fim à tragédia.

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