Que rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes – e vieste ...
- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste!
Com fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi ...
Pensei que fosse o meu o teu cansaço –
Que seria entre nós um longo abraço.
O tédio que, tão esbelta, te curvava...
E fugiste ... Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava? ...
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916)
Sem comentários:
Enviar um comentário