Notas breves acerca de um dia muito agitado no que respeita a candidaturas presidenciais
1- Ainda não há candidatos firmes mas tão somente movimentos, em força, para o posicionamento de candidatos;
2- O campo da esquerda que, para esta questão, é o campo socialista, está aparentemente dividido; está para ver se Alegre desiste de se apresentar e, no caso de desistir, quando e como desiste;
3- Parece ser evidente, face às posições públicas de Sócrates, Coelho e Ferro Rodrigues e do próprio Soares, que a sua intenção é de avançar como candidato presidencial e esta é uma verdadeira novidade;
4- As primeiras reacções da direita à provável candidatura de Soares demonstram muito nervosismo, receios evidentes da fragilidade de Cavaco num confronto político directo com Soares;
5- Marcelo Rebelo de Sousa, na RTP, agitado como poucas vezes se tem visto, assumiu uma posição de desvalorização de Soares evocando os seus 80 anos e a sua natureza de político puro. Marcelo quiz fazer passar a mensagem de um Soares candidato fora do nosso tempo (antiquado) contra Cavaco candidato do nosso tempo (moderno); Soares só teria passado, Cavaco só teria futuro; todos os argumentos foram demasiado redutores do real peso pessoal, político e cultural de Soares numa contenda eleitoral contra Cavaco; como Marcelo conhece os personagens de quem fala e sabe que eles também se conhecem reciprocamente o seu discurso tem o efeito de ricochete destinado a assustar Cavaco;
6- Pacheco Pereira no Abrupto trilha outro caminho: tenta colocar Soares no lugar da instabilidade em matéria política e no lugar da extrema esquerda em matérias de política externa e de desenvolvimento sócio-económico, contra Cavaco, factor de estabilidade politica e de apoio ao desenvolvimento; para Pacheco, com a vitória de Soares o governo socialista ganha um inimigo e com a derrota de Cavaco perde um amigo seguro; diria que se é verdade que os amigos em política podem ser os piores adversários, os inimigos são sempre péssimos aliados.
7- Resta saber o que decidirão os putativos candidatos, os partidos que são supostos apoiá-los e, por fim, o povo quando chegar a hora do voto.
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