quinta-feira, julho 14

O Perfil dos Bombistas de Londres


Labirinto Fotografia de Alimento del Alma

Notícias postas a circular traçam o perfil de três bombistas de Londres. São jovens ingleses, de origem paquistanesa, alguns (ou todos) já nascidos em Inglaterra. Pacatos cidadãos com famílias normais, estudos e participação na vida social.

Parece terem tomado a decisão de morrer fazendo morrer com eles outros pacatos cidadãos ingleses. É um fenómeno a que vulgarmente se chama terrorismo. O terrorismo não tem nada de novo e foi ganhando novas fórmulas ao longo dos tempos.

A intensificação dos actos terroristas antecede, habitualmente, períodos de exaltação nacionalista associados à emergência da aceitação popular de ideologias de vocação totalitária e ao esmorecimento do prestígio da democracia.

Os ventos de guerra são soprados pelo terrorismo. Dizem mesmo alguns especialistas que já estamos em guerra. Sustentam-se nesta ideia as propostas de limitação das liberdades, ou seja, a passagem de uma fase de vigilância selectiva de suspeitos para a vigilância de toda a sociedade.

A intransigência das democracias perante as ameaças de tirania é legitima. Tem um pequeno problema: como declarar o estado de guerra sem uma declaração de guerra. Assim as democracias tenderão a muscular as suas intervenções contra alvos exteriores. Mas os inimigos das democracias estão dentro do espaço físico das próprias democracias e, porventura, no seio das suas próprias instituições.

É o que prova o perfil dos terroristas de Londres, se for verdadeiro, ou seja, caso não seja uma montagem para impressionar as opiniões públicas ocidentais preparando-as para medidas proteccionistas.

Talvez fosse muito útil ao ocidente fazer um exame de consciência acerca do peso dos negócios ilícitos e criminosos na criação da sua própria riqueza e no armamento (ideológico e militar) dos seus inimigos.

Afinal que é feito de Bin Laden?

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