domingo, setembro 11

11 DE SETEMBRO


Fotografia de Margarida Delgado, in Sabor a Sal

Retenho na memória os corpos filmados num ângulo estranho e os ritos de espanto e pavor que se estampavam nos rostos. As correrias desgovernadas e os nomes dos desaparecidos escritos em papéis. As velas acesas e as preces. As vozes roucas de surpresa e de medo.

Tinha sido dado início aos quatro anos mais terríveis da minha (nossa) vida. Coincidência? As cinzas que cobriram os sobreviventes também nos cobriram a nós. Ainda nos estamos a erguer do chão para reiniciar a caminhada.

Os fundamentalistas de todas as religiões hão-de ser isolados e vencidos. Mas continuam nos postos de comando. As comunidades que os geraram hão-de destruí-los. Como? Através da livre escolha ou pela força da violência? Vencerá a liberdade ou a tirania? A paz ou a guerra? O bom senso da maioria dos povos triunfará?

É absolutamente necessário que as instituições multinacionais – ONU, UE, … – se não desprestigiem e, pelo contrário, se fortaleçam. É essa a única esperança que resta aos homens e mulheres de boa vontade.

5 comentários:

addiragram disse...

Não podemos pactuar com a hipocrisia e com a mentira; não podemos fechar os olhos deixando-nos caír em atitudes ingénuas,pertensamente generosas; devemos exigir de nós mesmos e dos nossos governantes uma luta sem tréguas contra todos os extremismos, quaisquer que eles sejam;devemos conhecer os perigos sem nos transformarmos em vingadores;devemos exigir que tudo isto e muito mais seja feito pelas Instituições que nos representam e a quem devemos exigir o sentido de ética.

Paulo Dâmaso disse...

Infelizmente o mundo não sabe, e não quer, viver sem guerra. É uma indústria muito produtiva. Qu7ando não for o Iraque será o Afeg ou outro local qualquer...

O q

Paulo Dâmaso disse...

dizia eu...

o que aconteceu em NY, no 11 de Setembro, é, de facto, de lamentar mas é também o reflexo de uma politica de autoritarismo levada a oextremo pela administração Bush!

Ninguém gosta de ver o seu país, a sua terra ou mesmo a sua casa invadida "por estranhos". Essa é a política, infeliz, dos EUA.

Estou certo que se o Clinton ainda estivesse no poder nada daquilo teria acontecido! O Bush está a pagar pelo passado e pelo presente que continua a semear!

Pobres das familias que perderam os seus entes queridos nos atentados do 11 de Setembro... Mas e os milhares de pessoas mortas pela ganância norte-americana?! Pela sede do petroleo? Pela superioridade?!

Há uma mensagem a "reter" do 11 de Setembro: Ninguém, nem mesmo uma super potencia como os EUA, é invencivel. O sentir "no pelo" a invasão, as mortes e a impotencia de travar o caos nunca tinha sido sentida pelo amercianos em "casa", pelo menos de uma forma tão violenta...

Os terroristas, com actos condenaveis, só quiseram avisar Mr. Bush e seus aliados! Ninguém daí ileso desta luta pelo poder...

Paulo Dâmaso disse...

*saí

Eduardo Graça disse...

É difícil falar daquilo de que todos falam sentindo embora coisas diferentes sem hipocrisia e sem ingenuidade. É difícil não falar daquilo de que todos falam deixando passar em branco a efeméride que nos fez gelar o corpo por dentro. É difícil ...