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A palavra Verdade tem surgido, nos últimos tempos, em evidência. Teodora Cardoso titula “A Verdade” o seu artigo, de hoje, no “Jornal de Negócios”. Harold Pinter centrou no tema da verdade o seu discurso da cerimónia do Nobel da Literatura.
Contra a mentira contrapõe-se a verdade. A propósito do discurso e postura de Cavaco impõe-se, de facto, repor a verdade da herança da sua governação de dez anos – um terço da nossa vida democrática, pós 25 de Abril de 1974.
(…) O que Cavaco Silva nos legou reduziu-se, porém, à expansão dos regimes especiais, ao reforço da rigidez e da incapacidade de gestão e inovação e sobretudo a um aumento dos encargos com a função pública que se cifrou em 90,4 % no triénio 1989/91, 50 pontos percentuais acima da subida da taxa de inflação no mesmo período, estrategicamente centrado no ano em que obteve a sua segunda maioria absoluta. É certo que os governos Guterres, embora com um menor contributo quantitativo, não fizeram melhor. Mas pelo menos devemos a António Guterres não vir apresentar-se-nos como o detentor da verdade nas áreas em que errou.
Cavaco Silva tem agora razão quando diz que, sem crescimento económico, não se resolverão os problemas do emprego ou do orçamento. É, contudo, à miopia com que dirigiu uma fase ímpar de crescimento que devemos as dificuldades actuais. Que a solução destas em período de crise exige maiores sacrifícios, durante mais tempo, também não oferece dúvidas. Que Cavaco detenha agora a verdade que tão completamente lhe escapou enquanto primeiro-ministro, isso sim oferece as maiores dúvidas. (…)
In “Jornal de Negócios” – 14/12/2005
Artigo, na íntegra, aqui e IR AO FUNDO E VOLTAR
A palavra Verdade tem surgido, nos últimos tempos, em evidência. Teodora Cardoso titula “A Verdade” o seu artigo, de hoje, no “Jornal de Negócios”. Harold Pinter centrou no tema da verdade o seu discurso da cerimónia do Nobel da Literatura.
Contra a mentira contrapõe-se a verdade. A propósito do discurso e postura de Cavaco impõe-se, de facto, repor a verdade da herança da sua governação de dez anos – um terço da nossa vida democrática, pós 25 de Abril de 1974.
(…) O que Cavaco Silva nos legou reduziu-se, porém, à expansão dos regimes especiais, ao reforço da rigidez e da incapacidade de gestão e inovação e sobretudo a um aumento dos encargos com a função pública que se cifrou em 90,4 % no triénio 1989/91, 50 pontos percentuais acima da subida da taxa de inflação no mesmo período, estrategicamente centrado no ano em que obteve a sua segunda maioria absoluta. É certo que os governos Guterres, embora com um menor contributo quantitativo, não fizeram melhor. Mas pelo menos devemos a António Guterres não vir apresentar-se-nos como o detentor da verdade nas áreas em que errou.
Cavaco Silva tem agora razão quando diz que, sem crescimento económico, não se resolverão os problemas do emprego ou do orçamento. É, contudo, à miopia com que dirigiu uma fase ímpar de crescimento que devemos as dificuldades actuais. Que a solução destas em período de crise exige maiores sacrifícios, durante mais tempo, também não oferece dúvidas. Que Cavaco detenha agora a verdade que tão completamente lhe escapou enquanto primeiro-ministro, isso sim oferece as maiores dúvidas. (…)
In “Jornal de Negócios” – 14/12/2005
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