Fotografia de Jacques Henri LartigueApresentando: Quem, se eu gritasse...
Promete-me que as tuas palavras chegarão em silêncio
Que serão da matéria da noite
Promete-me palavras de ar, de saliva ou de sangue
Inteiras e nuas como a alma
Derramadas na pele como luz ou música
Palavras que possa guardar em mim
Como uma memória ou um filho
3 comentários:
As minhas desculpas por qualquer incómodo que possa ter provocado. Nada mais natural do que sermos lidos. Caso contrário mais valia não expormos o resultado da nossa criatividade. O meu interesse pela sua escrita pelos vistos não corresponde ao seu interesse pela minha visão dela. Mas não fora assim deixaria de haver diferenças e logo deixaria de haver razões para nos olharmos. A não ser ao espelho. Mas, pode crer, a minha intenção foi elogiosa perante um trabalho que é público, se expõe, logo pode ser apropriado, embora tenha que se sujeitar a ser olhado e interpretado dos mais diversos ângulos.
O casamento entre imagens e palavras é sempre delicado, é demasiado fácil cair no mau gosto das fotografias pseudo-artísticas a preto e branco. Se reparar,e acredito que já o tenha feito, os livros de poesia raramente são ilustrados, a não ser, em casos felizes, pelo próprio autor. Se uma imagem vale mais do que mil palavras, também é certo que as pode distorcer, é por isso que , se reparar melhor, o "Quem se eu gritasse" não usa imagens, para que as palavras ganhem em intensidade. Não me interessa um blog popularucho com fotos respigadas do andropáusico Xupa-Cabras e afins. Não é por isso nem para isso que escrevo. E nisso o Eduardo tem razão: não estou de todo preparada para leituras saloias do que escrevo e muito menos para tresleituras. E este episódio faz-me de facto reflectir na manutenção do blog.
Bem, como vê, perdi a minha segunda identidade de Eme e tomei uma decisão que julgo acertada. Continuarei a escrever, naturalmente, mas não a expô-lo. E continuarei a lê-lo com interesse.
Enviar um comentário