quarta-feira, dezembro 7

Vinicius de Morais

Posted by Picasa O Filho do Homem

O mundo parou
A estrela morreu
No fundo da treva
O infante nasceu.
Nasceu num estábulo
Pequeno e singelo
Com boi e charrua
Com foice e martelo.
Ao lado do infante
O homem e a mulher
Uma tal Maria
Um José qualquer.
A noite o fez negro
Fogo o avermelhou
A aurora nascente
Todo o amarelou.
O dia o fez branco
Branco como a luz
À falta de um nome
Chamou-se Jesus.
Jesus pequenino
Filho natural
Ergue-te, menino
É triste o Natal.
Vinicius de Moraes

Natal de 1947

O poema acima foi extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1960, pág. 215.