Fotografia Isabel Ramos
Cavaco é um político à força; Soares um político natural. Cavaco não respira política; Soares é um político instintivo. Cavaco representa o “pequeno Portugal”; Soares é um político universal. Cavaco representa o “império da terra”; Soares o “império do mar”. Cavaco é um símbolo de autoridade; Soares um sinal de desafio. Cavaco é o sonho antigo do “Portugal Maior”; Soares é a esperança futura de um “Portugal Melhor”.
Cavaco é um político à força; Soares um político natural. Cavaco não respira política; Soares é um político instintivo. Cavaco representa o “pequeno Portugal”; Soares é um político universal. Cavaco representa o “império da terra”; Soares o “império do mar”. Cavaco é um símbolo de autoridade; Soares um sinal de desafio. Cavaco é o sonho antigo do “Portugal Maior”; Soares é a esperança futura de um “Portugal Melhor”.
Jogando a sua palavra na batalha presidencial, Soares prestigia a democracia. Resguardando a sua palavra, Cavaco desprestigia a democracia. Afirmando-se acima dos partidos Cavaco hostiliza a política; Prestigiando o apoio do PS Soares valoriza a política. Cavaco podia ser um bom primeiro-ministro se já o não tivesse sido; Soares poderá ser um bom presidente da república porque já o foi.
Tudo depende, afinal, de haver uma segunda volta nas presidenciais.
4 comentários:
Tudo isto é verdade. Concordo! Então porque está o Cavaco na iminência de ganhar as eleições com uma perna às costas (se não aparecer muito em publico e poucas declarações fizer)?
Porque é que temos de esperar por mais bolo rei para que o povo acredite naquilo que dizes?
Olá Nuno, por cá tudo bem, e por aí? Faltou-me acrescentar talvez "num caminho estreito ao centro ...". Posso estar muito enganada - porventura estou - mas quando se defronta Soares não basta cultivar o silêncio com sabedoria. Há um limite para o silêncio e tudo depende da gestão do não-silêncio a que Cavaco vai ser obrigado. O mais decisivo é obrigar Cavaco a uma segunda volta. Se a esquerda perder a segunda volta de umas eleições presidenciais estamos perante um facto inédito. A ver vamos. Eu faço a minha modesta parte de um exercício de coerência. Abraço
Meu Caro Ed: Tens aí postado coisas boas sobre as presidenciais, sem dúvida. E reverencio a tua participação cidadã. Mas não partilho o teu entusiasmo com Soares. Soares é o que é e tu sabes bem o que ele é. O que é bom em Soares não é o que ele é, é o papel que tem desempenhado. E ele desempenhou bons papéis: pela democracia, contra o monopólio do poder pelo cavaquismo, por exemplo. Mas agora está a desempenhar um mau papel: o papel de esconder a incompetência da esquerda para propor qualquer coisa de refrescante ao país. E isso é preocupante. Apoio o teu esforço de contribuir para derrotar Cavaco. Falamos, depois, qualquer que seja o resultado, para tentar perceber como é que um homem de coragem como o Sócrates se deixou distrair num ponto tão fundamental como as presidenciais. Abraço
Caro P.: receio que não seja possível encontrar soluções refrescantes para a esquerda entendida na acepção do outro lado da direita. A esquerda que arca com as agruras de governar, reformista e sem complexos de esquerda, não tem margem para se dar ao luxo de disputar eleições presidenciais apoiando candidatos "leves". Não sei se me faço entender. Soares é, mesmo que não as ganhe, um candidato presidencial "pesado". Além de representar uma tradição, que vale o que vale, faz das eleições um momento político e não um debate ideológico ou um mero procedimento administrativo. Essa é uma vantagem não desprezível pois estou convicto que as marcas que deixará Soares nestas eleições, ao contrário do que muitos pensam, se constituirão como um reforço do PS a prazo. Coloco-me, é claro, do lado do PS (oposição ou governo tanti faz) e não como sua oposição interna. Mas sei que caso Soares ganhe as presidenciais será mais difícil para o governo PS do que Cavaco. Ou, por outras palavras, será diferente e, no plano político, mais estimulante. Aí está um dos polos interessantes desta questão de que ninguém, evidentemente,fala. Abraço.
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