Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
segunda-feira, março 28
Lenga-Lenga em Homenagem aos Ilustres Emigrantes
Queriam um frémito um solavanco democrático algo que mexesse com o que estava mal e agora parece que afinal não está, queriam alguma mudança substancial não digo um grito de guerra: aos abrigos! mas um estugar do passo, um esforço, um ranger de cordas nas amarras, queriam festa pá! não foram à rua como eu fui na noite do dia 20 de fevereiro! se se tivessem dado à maçada de levantar uma bandeira no largo do rato teriam percebido que a democracia está consolidada, estão a ver com – solidada! o entusiasmo nem sorria na cara dos vencedores quanto mais na dos vendedores de cachorros quentes e salvo o meu filho que precisava de experimentar uma celebração destas para conhecer o que pode ser uma celebração no futuro, uma celebração a sério, vi logo que estávamos tramados pá! a direita nem precisa de se reorganizar que a esquerda toma conta dela, a esquerda nem precisa de existir que a direita toma conta dela, todos reunidos na grande praça central à espera que se organize uma sociedade que por ela própria, sem mais nada, se organize, é o mercado, é o mercado, abaixo o estado! clamam uma legião de liberais libertadores da pátria em perigo sempre naquele seu gesto emblemático de mão estendida às benesses do estado, enquanto a associação da imprensa estrangeira louva josé manuel barroso como o homem que em 2004 mais estendeu o nome da pátria no mundo e eu a pensar que tinham sido o figo e o scolari, mas eles lá sabem o que lhes coze o estômago, estamos tramados pá! o barroso um dia vai voltar com o peito cheio de comendas e o guterres também, se passar na prova, e aposto que passa que ele é aluno de 19, a tratar dos refugiados pobres do mundo, isto para mim é uma estratégia montada pelo bush que já arrumou com o santana e pensa que arrumou com o ferro, para pôr ordem no mundo, estão a ver um português a tratar dos ricos da europa e outro portugês a tratar dos pobres do mundo, uma estratégia a nível global para dar sentido à diáspora, uma regressão pós-moderna aos píncaros gloriosos do século XV português com o vasco graça moura a fazer de camões (desculpa lá a letra pequena, pá!) e o eng.º sócrates a fazer de vasco da gama, a nova novíssima ínclita geração ao leme do mundo outra vez e voltamos a libertar o imaginário e a sonhar além da calçada à portuguesa e já não vai ser preciso fazer guerra à armada espanhola, nem posar para a fotografia com o Bush nas lages, vão dando notícias que nós, como sempre, cá nos arranjaremos ... com que então queriam um frémito, um solavanco democrático ...
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