Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quarta-feira, maio 11
Em Defesa do Parque de Ramalde
Sei do que fala o Dias com Árvores.
Nos 70 anos de vida do INATEL, a cumprir no próximo dia 13 de Junho, 10% foram dirigidos por uma equipa a que eu próprio presidi. (1996/2003).
Em qualquer projecto –por mais ousado que seja - nunca se conclui tudo o que se projecta realizar. Em regra adoptei três princípios na gestão do vasto património do INATEL, em que se incluiu, pela primeira vez, de forma explícita e prática, o conceito de gestão ambiental: preservar, qualificar, utilizar.
Sempre pensei, no entanto, que se existissem dificuldades, ou dúvidas, acerca da avaliação das vantagens de uma qualquer intervenção, na sua vertente ambiental, mais valia estar quieto.
Travei todas as batalhas possíveis, mesmo as menos populares e simpáticas para os poderes e os cidadãos utentes do INATEL, para impedir diversas intervenções com consequências negativas para o interesse público e ambiental.
Quando saí do INATEL deixei mais património, e mais valioso, do que aquele que encontrei à data da minha entrada. Querem, aliás, fazer-me pagar por isso. É uma estranha forma de reacção dos poderes estabelecidos, em Portugal, contra aqueles que não se dispõem a fazer “fretes” aos chamados “interesses”.
O Parque de Ramalde sempre esteve no fio da navalha. Não foi possível, infelizmente, executar uma intervenção de requalificação - prevista - que teria retirado alguma margem de manobra às tentativas posteriores de destruição do Parque.
Mas nada justifica a sua destruição. Existem muitos modelos de gestão possíveis para que o Parque de Ramalde possa ser, ao mesmo tempo, preservado, no plano ambiental, e colocado ao serviço da comunidade em benefício da sua qualidade de vida.
A sua destruição é, em todo o caso, um crime contra a natureza e, no limite, é preferível deixar ficar tudo como está a ceder aos interesses imobiliários que, certamente, estão por detrás desta sanha destruidora.
As palavras e imagens do blog Dias com Árvores (que está entre os meus favoritos e por isso tomei conhecimento deste post) ajudam a compreender, com bastante evidência, a justeza desta asserção.
"No dia em que surgem mais algumas notícias de contestação ao projecto de destruição do Parque Desportivo do Inatel em Ramalde, aqui ficam mais algumas fotografias. Para que quem não o conhece, fique a saber do que se está a falar e a razão da nossa incredulidade e revolta. E realize também a importância que têm, para certos planeadores da nossa cidade, os espaços verdes relativamente às vias para automóveis."
As notícias:Inatel promete contestar solução do PDM do Porto (no Público)
INATEL pediu ao tribunal para ser esclarecido (no JN)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
Que bom ler esta sua entrada: alguém que fala de uma realidade que conheceu por dentro. Eu nunca lá treinei (infelizmente, porque adoro desporto), nem pertenço a nenhuma colectividade que use o espaço! Falo como uma simples cidadã que usufrui anonimamente do espaço do Parque (tanto lá dentro como cá fora).
"Em defesa do Parque de Ramalde"! Talvez até sejamos mais do que pensamos.
Manuela (do Dias com árvores)
Manuela (que passei a conhecer): Não calcula a sensação agradável por ter visto o seu interesse - tão bem ilustrado por Ramalde - aquela peça do património do INATEL que tão díficil foi de gerir com sucessivos adiamentos de investimentos previstos. Mas sempre pensei que, apesar dos apetites que despertava, ninguém se atreveria a encetar uma estratégia de destruição. Talvez a sua iniciativa possa ser o início de uma campanha que possa ajudar a salvar Ramalde como espaço e quipamento de e para cidade. Obrigado pelas suas palavras.
Um abraço do Eduardo Graça
Caro Eduardo Graça
Obrigado por este "post"
"Em defesa do Parque de Ramalde"
Vamos organizar-nos
Um abraço
António Moreira
Enviar um comentário