Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
quinta-feira, maio 12
Sophia de Mello Breyner Andresen
VI FLORESTAS E DANÇAS E TORMENTOS
Vi florestas e danças e tormentos
Cantavam rouxinóis e uivavam ventos
Nos céus atravessados por cometas.
Vi luz a pique sobre as faces nuas,
Vi olhos que eram como fundas luas
Magnéticas suspensas sobre o mar.
Vi poentes em sangue alucinados
Onde os homens e as sombras se cruzavam
Em gestos desmedidos, mutilados.
Levada por fantásticos caminhos
Atravessei países vacilantes,
E nas encruzilhadas riam anjos
Inconscientes e puros como estrelas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
In “Dia do Mar” – 1947
“Foto de António José Alegria, do amistad”
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário