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Foto de uma por rolo
A administração pública é um labirinto [Houaiss: “lugar com muitas passagens entrecruzadas que dificultam encontrar a saída.”]. A experiência diz-me que das duas uma: ou sobrevivem os piores, aqueles que desistem de encontrar a saída, ou os “espertos”, aqueles que sempre fazem crer que encontraram a saída certa. Cavaco Silva nos tempos áureos do seu consulado governativo definiu a “solução final” para a administração de uma forma pouco subtil: reforma-se deixando morrer os sobreviventes.
O labirinto tem regras próprias que raramente são as regras que a comunidade/estado atribui à administração pública. O labirinto exige uma administração dentro da administração. Quem administra o labirinto está, por norma, condicionado, pela clientela dos sobreviventes que se alimentam do próprio labirinto.
Mal daquele que afronte o poder dos sobreviventes que se funda nos chamados “direitos adquiridos”. Daqui resulta que o trabalho da administração sendo, quantas vezes, desprezível para a comunidade é uma preciosidade para os sobreviventes. Que são muitos e, a mor das vezes, estimáveis.
Nunca mais esquecerei o caso do Sr. L. que não aceitou nunca ser promovido. O Sr. L. , além de não se sentir merecedor de reconhecimento, não queria correr o risco que lhe fosse, em qualquer circunstância, pedido para deixar de entrar e sair às horas certas pois tinha que tratar dos pais.
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