Adélia Prado
Pelos favores do alfabeto tenho a honra de ser o blogue cabeça nos links do pentimento.
Vem esta referência a propósito de um excerto da reportagem que Marcelo dá à estampa no post “Balanço da Flip” focando a participação de uma poeta da minha predilecção: Adélia Prado.
Pelos favores do alfabeto tenho a honra de ser o blogue cabeça nos links do pentimento.
Vem esta referência a propósito de um excerto da reportagem que Marcelo dá à estampa no post “Balanço da Flip” focando a participação de uma poeta da minha predilecção: Adélia Prado.
Aqui o transcrevo: (…) Mas não deixei de acordar para assistir à Adélia Prado. E a apresentação dela foi o fecho de ouro da Flip 2006. Vencendo a timidez com simpatia e simplicidade, Adélia fez um pronunciamento contundente sobre a perda do simbólico, chegando a criticar (com meu aplauso) as enganações rasteiras de parte da arte contemporânea, personificadas principalmente com as chamadas "instalações". "Quando tudo é arte, nada é arte", sentenciou a poeta.
Em sua fala, Adélia enfatizou que a arte tem poder semelhante ao da religião, já que também possibilita uma "religação" com o transcendente. Como seu próprio trabalho demonstra, ela entende que tal "religação" – que eu chamaria de epifania – acontece cotidianamente, o que foi ilustrado no momento da palestra com leitura do belo Casamento ("Há mulheres que dizem: / Meu marido, se quiser pescar, pesque, / mas que limpe os peixes...").
Adélia chegou e levou quase todo mundo às lágrimas quando, visivelmente emocionada, engasgou com os versos de um poema em que lembrava do pai. Era a arte, que ela mencionara há pouco, novamente transcendendo, em meio a uma tenda lotada de corações aflitos e subitamente felizes. E assim terminou a minha Flip. (…)