sexta-feira, agosto 11

A terra

Posted by Picasa Sem título – Desenho de meu filho Manuel, Fevereiro de 2000, pelos seus nove anos.

A terra
na guerra
é nossa
- do povo.

Na paz
a terra é vossa.
E o povo?

Na terra jaz,
nas grades
do ovo –

sem guerra,
nem paz
nem renovo.

[A propósito do que li no Alicerces. Este é o poema 24 de “Jardins de Guerra”, de Casimiro de Brito, cujos primeiros versos sublinhei a lápis. Foi a minha iniciação à poesia nos idos de Março de 1967.]

2 comentários:

Anónimo disse...

PORTO, 2006.08.11
Olá.
Fico satisfeito pela citação do Casimiro de Brito que foi meu contemporâneo na Escola Comercial e Industrial de Faro e porque é poeta. Porque só os poetas podem acabar com a guerra. Houve uma altura que acompanhei muito com ele. Da sua obra "IMITAÇÃO DO PRAZER" cito "Amando-te, liberto-me: não sou o intelectual, o que se desdobra - ou sou-o veladamente. Fazes-me sentir, antes de mais nada um homem povoado pela noite primitiva. Escrevo: a juventude do tempo... Fazes-me sentir o peso do coração - e enquanto te amo ouço crepitar o sangue.
Que tal acham?
JBS

hfm disse...

Casimiro de Brito é um poeta de que muito gostei. Tb gostei de ficar a saber que ele andou na mesma escola onde eu fiz o meu estágio pedagógico só que, nessa altura, já com o pomposo nome de Thomaz Cabreira.

Do poema o que dizer? Ler. Ler. Ler.

Do desenho - a afirmação do traço - um ponto importante. Nada pior do que o medo do traço. Um traço errado é uma aprendizagem. Um não traço, não é nada.

Bom fim de semana que, se espera, com menos calor.