Maria João PiresFernando Mora Ramos, publicou, hoje, no Público um artigo de opinião em defesa de Maria João Pires com o título:”Nada que não esperasse”. [Link disponível só para assinantes.]
Não conheço os detalhes nem as vicissitudes do projecto de Belgais. Sei, desde o princípio, que é uma ideia generosa destinada a dinamizar, no interior pobre e desertificado do país, um centro de excelência na área das artes, em particular, dedicado à música.
Maria João Pires não será o primeiro, nem o último, génio português a abandonar o seu país por razões pouco esclarecidas mas nas quais se vislumbram as marcas da amargura, desilusão e impotência. Valerá a pena reflectir acerca da sua atitude acima das insinuações torpes?
É uma injustiça para Maria João Pires e uma vergonha para o país que fiquem a pairar duvidas acerca da sua honorabilidade pessoal. Maria João Pires é uma pianista de primeiro plano a nível mundial. Os artistas geniais são seres muito estranhos que sonham mas que, regra geral, se rodeiam de gente que sabe fazer contas.
Maria João Pires decidiu partir para o Brasil. Felizes os brasileiros! Lembrei-me de Jorge de Sena que, em 1959, seguiu o mesmo caminho...
3 comentários:
de acordo com "joão nuno s." em relação a Jorge de Sena.
no entanto "eles" partem porque não podem produzir aqui.
em relação a M. João Pires, só não compreendo a escolha do outro lado do atlântico. ela que viveu tanto tempo em França.
a atitude do "público" em não deixar ler o melhor que publica é absolutamente escandalosa. os quotidianos franceses têm acesso livre aos artigos do dia.
Eu sei que são diferentes as circunstâncias - desde logo pela diversa natureza dos regimes políticos de hoje e de ontem- em que partiu Sena e, ao que anunciou, parte agora Maria João Pires. Mas estas partidas no nosso tempo -pois a de MJP é só mais emblemática do que muitas outras de iminentes figuras das ciências, das artes ..., significam o quê?
MJP já tem idade para ter juìzo. sabe as escolhas que faz.
terá partido por meses? por anos?
nunca partimos para sempre, apesar das amarguras deixamos sempre raízes.
também estou amargurado pelo que se passa actualmente - cada vez mais se fala da emigração dos jovens talentos portugueses. mas já estou velho, os joelhos já não ajudam para emigrar de novo.
espero que alguém consiga responder à questão da fuga dos que foram formados aqui e que não conseguem desabrochar, não conseguem encontrar um clima favorável para expandirem o talento e o saber.
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