segunda-feira, março 20

DIA MUNDIAL DA POESIA

Posted by Picasa Amanhã no “Espaço Noesis” vai celebrar-se o Dia Mundial da Poesia. Coube-me a felicidade de seleccionar os poetas que integram a exposição que, nesse espaço, contribuirá para a celebração desse dia.

São eles os dos “Cadernos de Poesia”+António Gedeão, quais sejam, além deste: Tomaz Kim, José Blanc de Portugal, Ruy Cinatti e Jorge de Sena.

Têm todos em comum uma formação de base cientifica-tecnológica, com excepção de Tomaz Kim, assim como todos, com excepção de Gedeão, uma forte influencia da cultura anglo saxónica ao contrário do que era comum nos poetas da sua geração (Gedeão o mais velho, e tardio a publicar,nasceu em 1906 e o mais novo, Sena, nasceu em 1919.)

De cada um destes poetas coube-me a espinhosa tarefa de seleccionar dois poemas que tomo a liberdade de divulgar nos próximos dias assim com as respectivas biografias. A escolha dos poemas e a elaboração das biografias (aqui apresentadas numa das suas variantes) foi, no essencial, o resultado do meu gosto próprio sob a influência do trabalho da equipa que organizou a exposição.

“QUISERA ADORMECER”

Quisera adormecer
como a criança acorda,
à beira de outro tempo, que é o nosso.
Só quero o que não posso.

8/4/53

Fidelidade [1958], Poesia II, Moraes Editores, 1978

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JORGE DE SENA
(Lisboa, 1919 – 1978, Santa Barbara - EUA)

Um dos grandes vultos da poesia e cultura portuguesas do século XX, tendo dedicado a sua vida à poesia, à ficção, à dramaturgia, ao ensaísmo, à investigação literária e à tradução.

Formou-se em Engenharia Civil na Faculdade de Engenharia do Porto, trabalhou na Junta Autónoma de Estradas, até 1959, data em que se exila no Brasil, onde conclui o doutoramento em letras e rege as cadeiras de teoria da literatura e literatura portuguesa na Universidade de Araquara.

A partir de 1965 passa a viver nos E.U.A., sendo professor catedrático na Universidade de Winsconsin e, posteriormente, na Universidade da Califórnia – Santa Barbara (1970), onde dirigiu o departamento de literatura portuguesa e espanhola.

A sua estreia poética, “Perseguição” (1942), foi concretizada com a chancela dos Cadernos de Poesia cujas 2ª e 3ª edição, de 1951 a 1953, co-dirigirá. A sua trajectória intelectual, multifacetada, é marcada por um empenhamento de sentido humanista e responsabilidade ética, por vezes amargo, face às instituições politico-culturais portuguesas.

Publicou ainda, entre outras obras, “Coroa da Terra” (1946), “Pedra Filosofal” (1950), “As Evidências” (1955), “Metamorfoses seguido de Quatro Sonetos a Afrodite Anadiómena” (1963), “Arte da Música” (1968), “Conheço o Sal …E outros Poemas (1974). A obra poética completa foi reunida em sucessivos volumes – Poesia I (1961), Poesia II (1978) e Poesia III (1978).

Como ensaísta são fulcrais os seus estudos da vida e obra de Camões e de Fernando Pessoa. Recebeu ao longo da sua vida vários prémios dos quais se destaca, em 1977, o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina pelo conjunto da sua obra poética.

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostaria apenas de chamar a sua atenção para a distração que, certamente, o levou a escrever que Jorge de Sena era o mais velho dos poetas mencionados, após ter escrito o mesmo sobre António Gedeão. António Gedeão foi realmente o mais velho, mas Jorge de Sena o mais novo, como sabe. Tal é deduzível pelas datas de nascimento apresentadas, mas achei dever avisá-lo da incorrecção factual presente neste "post".

Aproveito, ainda, para felicitá-lo pelo seu blog.

Os melhores cumprimentos.

Eduardo Graça disse...

Obrigado. Tem toda a razão. Foi um erro por simpatia ... pois se até Sena foi a luno de Gedeão ...