Fotografia de Angèle
Outra das notícias, recentes, que mais me impressionou foi a da morte de Milosevic. Ou, mais precisamente, as reacções do mundo ocidental à sua morte. Ou do mundo todo, tanto dá. Os cristãos – que somos nós – assumem estranhas posturas face à morte. O ditador morreu. Não foi condenado pelo Tribunal. A morte antecipou-se ou foi antecipada. Perpassa por todo o mundo da política ocidental uma sensação de alívio.
O que os cristãos fazem, numa estranha manifestação de certeza no julgamento popular, é condenar o réu morto substituindo-se ao tribunal. E mais do que isso manifestar, explícita ou implicitamente, não só alívio, mas júbilo pela morte do homem como se aquele homem representasse toda a história da tragédia humana dos Balcãs mesmo que nela tenha sido o protagonista central.
Nada me seduz nem na figura nem na acção de Milosevic. Mas os políticos ocidentais, e os líderes de opinião, que se reclamam do cristianismo ou se inserem na sua cultura, deviam reflectir nas suas posições face à morte do homem. Lembrar-se desta ideia de Camus: “É o cristianismo que explica o bolchevismo. Conservemos o equilíbrio para não nos tornarmos assassinos”.
Conservemos o equilíbrio e não nos regozijemos pela morte de ninguém pois caso contrário como condenar, por exemplo, os festejos daqueles que desejaram, e desejam, a morte de Sharon. Ainda se lembram?
Eis aqui um exemplo respigado no Editorial do “Expresso on line”:
“Ponto final nos Balcãs
Há mortes que não se lamentam e, descontando o respeito devido aos respectivos familiares, a de Slobodan Milosevic, o antigo Presidente da que se tornou a «pequena Jugoslávia», é uma delas.”
Outra das notícias, recentes, que mais me impressionou foi a da morte de Milosevic. Ou, mais precisamente, as reacções do mundo ocidental à sua morte. Ou do mundo todo, tanto dá. Os cristãos – que somos nós – assumem estranhas posturas face à morte. O ditador morreu. Não foi condenado pelo Tribunal. A morte antecipou-se ou foi antecipada. Perpassa por todo o mundo da política ocidental uma sensação de alívio.
O que os cristãos fazem, numa estranha manifestação de certeza no julgamento popular, é condenar o réu morto substituindo-se ao tribunal. E mais do que isso manifestar, explícita ou implicitamente, não só alívio, mas júbilo pela morte do homem como se aquele homem representasse toda a história da tragédia humana dos Balcãs mesmo que nela tenha sido o protagonista central.
Nada me seduz nem na figura nem na acção de Milosevic. Mas os políticos ocidentais, e os líderes de opinião, que se reclamam do cristianismo ou se inserem na sua cultura, deviam reflectir nas suas posições face à morte do homem. Lembrar-se desta ideia de Camus: “É o cristianismo que explica o bolchevismo. Conservemos o equilíbrio para não nos tornarmos assassinos”.
Conservemos o equilíbrio e não nos regozijemos pela morte de ninguém pois caso contrário como condenar, por exemplo, os festejos daqueles que desejaram, e desejam, a morte de Sharon. Ainda se lembram?
Eis aqui um exemplo respigado no Editorial do “Expresso on line”:
“Ponto final nos Balcãs
Há mortes que não se lamentam e, descontando o respeito devido aos respectivos familiares, a de Slobodan Milosevic, o antigo Presidente da que se tornou a «pequena Jugoslávia», é uma delas.”
1 comentário:
Estou completamente de acordo com a sua posição no que refere esta matéria. Não defendo o ditador. Rceio que esta morte o torne num herói.
Incomodam-me estes comentadores e ''opinion makers'' de pacotilha que podem dizer e desdizer o que lhes vem a boca com a maior das irresponsabilidades deslumbrados que estão com o seu próprio e enorme umbigo.
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