terça-feira, março 28

RUY CINATTI

Posted by Picasa Fastio

Quem me faz descer desta mansarda já,
onde me icei?

Farto estou já de estar sozinho
a caçar moscas,
como se minha fosse a voz irada
que assim me mantém
divinizado.

In "Casa"
"Tempo de Cidade", Editorial Presença

-------------------------------------------------------

RUY CINATTI

(Londres, 1915 – 1986, Lisboa)

Agrónomo de formação, nasceu em Londres e viveu em Lisboa, desde os dois anos de idade, cidade onde se licenciou (1941) tendo estudado Etnologia e Antropologia em Oxford. Desenvolveu actividade nessas áreas por todo o então império colonial português que percorreu e tratou poeticamente de forma singular.

Foi, nos anos 40, com Tomaz Kim e José Blanc de Portugal, um dos fundadores dos Cadernos de Poesia (1940-1953), que co-dirigiu nas suas três séries, sendo também o fundador da revista Aventura (1942-1944). Os seus dois livros mais emblemáticos são “O Livro do Nómada Meu Amigo”, de 1958 (1966, Prémio Antero de Quental) e “Sete Septetos”, de 1967.

A componente mais interessante da sua extensa obra poética reflecte os contactos com as experiências coloniais, desde “Crónica Cabo-Verdeana” (1967), prolongando-se nos livros de temática timorense (“Uma Sequência Timorense”, 1970; “Timor-Amor”, 1974; “Paisagens Timorenses com Vultos”, 1974) e, ainda, em “Os Poemas do Itinerário Angolano” (1974) ou em “Lembranças para S. Tomé e Príncipe”, 1972 (1979).

1 comentário:

Anónimo disse...

Enjoyed a lot! »