Deixar uma marca no nosso tempo como se tudo se tivesse passado, sem nada de permeio, a não ser os outros e o que se fez e se não fez no encontro com eles,
Editado por Eduardo Graça
sexta-feira, janeiro 2
2004
No início do ano a notícia que mais me impressionou: milhões de brasileiros saudaram o novo ano no Rio de Janeiro. Se fosse só no Rio.. no Brasil é verão. A tradição de vida na rua é muito forte. O calor abrasa os corpos e os espiritos se soltam. Em Portugal é inverno. A estação do ano mais fria. Mas o espirito dos povos não é determinado pelo clima. Em Portugal o inverno dos espiritos é a tentação da rendição à voracidade dos aspirantes a ditadores. Lula, no Brasil, certamente com dificuldades e erros, é ainda uma esperança de construir, em democracia, um futuro mais feliz para o povo. Em Portugal, a abrir o ano, as notÃicias são inquietantes. Os assassinatos de carácter fazem as manchetes. O tema da pedofilia vende e é demolidor para a imagem pública de quem quer que seja. A mais valia de qualquer político é a sua imagem pública. Todos os media se renderam ao mercado. O quarto poder está nas mãos de 2 ou 3 grupos económicos. Talvez esteja a exagerar: todos os acontecimentos/notícia parecem programados com profissionalismo. O fogo é assoprado numa única direcção. Quem sopra o fogo? É inverno. O povo não sai à rua. Os métodos políticos próprios da tradição ultra conservadora portuguesa afeiçoaram-se às exigências da modernidade...
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário