Dr. Cadilhe - pessimismo e decadentismo
O Dr. Cadilhe surpreendeu. Julgava-o capaz de manter uma saudável distância face ao pensamento económico vulgar e à comunicação tablóide da qual, aliás, tem razões para sentir horror.
Mas estava enganado. O Dr. Cadilhe pisca o olho à esquerda social-democrata nas questões orçamentais, "mais déficit", investimento público "virtuoso" e não ostentatório,... Mas, ao mesmo tempo, quer enviar os desempregados e a tropa para as florestas. Os desempregados, para o Dr. Cadilhe, são um mero indicador macro económico e a tropa é uma inutilidade à espera de uma guerra que não vem.
O Dr. Cadilhe está contra a "EXPO 98", o "Euro 2004", a "Capital Europeia da Cultura", os submarinos...ou seja, o Dr. Cadilhe não resistiu à moda dos discursos populistas. O taxista que me transportava gostou de ouvir. Aquele discurso tem o sabor de um ajuste de contas com o passado. Mas a defesa de uma política social-democrata exigiria um pouco mais de distanciamento face às facilidades do discurso populista. Os desempregados são pessoas com família, filhos, aspirações profissionais... a tropa tem missões a cumprir, vertidas na Constituição e na lei... e o Dr. Cadilhe não percebe nada de florestas nem de logística. Mas mesmo que se julgue um génio da gestão e seja livre para emitir opiniões sinceras, no exercício de um direito que aplaudo, o problema do Dr. Cadilhe é que não é um cidadão qualquer. É um alto funcionário do Estado, foi Secretário de Estado e Ministro e, hoje, é o responsável máximo pela entidade nacional que tem como missão atrair o investimento estrangeiro para Portugal.
O estado de alma que o Dr. Cadilhe deixou transparecer, nas palavras que proferiu, não é compatível com a tarefa de atrair investidores estrangeiros para Portugal. Parecia um ex-ministro das Finanças no dia seguinte à sua própria demissão! Será este o discurso que o Dr. Cadilhe faz no exercício das suas funções? Compreendo que as declarações recentes do decano do Grupo Melo, acerca da inutilidade da independência de Portugal, tenham sido demasiado fortes. O Dr. Cadilhe não quis ficar atrás. Ao discurso pessimista do Grupo Melo juntou o Dr. Cadilhe uma pitada de decadentismo e miserabilismo tão ao "estilo português".
O problema destes discursos, eivados de um populismo ostensivamente irracional, é que não visam nem a integração em Castela nem a modernização do país. São o fermento de um ambiente político e social favorável à conquista do poder pelas correntes ultra conservadoras. Estes discursos não surgem por acaso. Eles servem uma estratégia de tomada do poder. E os mentores desta estratégia já estão no Governo e até já têm candidato à Presidência da República! E por estranha ironia o Dr. Cadilhe já foi, no passado, uma vítima daqueles que agora ajuda, espero que involuntariamente, com o seu discurso populista!
Mas estava enganado. O Dr. Cadilhe pisca o olho à esquerda social-democrata nas questões orçamentais, "mais déficit", investimento público "virtuoso" e não ostentatório,... Mas, ao mesmo tempo, quer enviar os desempregados e a tropa para as florestas. Os desempregados, para o Dr. Cadilhe, são um mero indicador macro económico e a tropa é uma inutilidade à espera de uma guerra que não vem.
O Dr. Cadilhe está contra a "EXPO 98", o "Euro 2004", a "Capital Europeia da Cultura", os submarinos...ou seja, o Dr. Cadilhe não resistiu à moda dos discursos populistas. O taxista que me transportava gostou de ouvir. Aquele discurso tem o sabor de um ajuste de contas com o passado. Mas a defesa de uma política social-democrata exigiria um pouco mais de distanciamento face às facilidades do discurso populista. Os desempregados são pessoas com família, filhos, aspirações profissionais... a tropa tem missões a cumprir, vertidas na Constituição e na lei... e o Dr. Cadilhe não percebe nada de florestas nem de logística. Mas mesmo que se julgue um génio da gestão e seja livre para emitir opiniões sinceras, no exercício de um direito que aplaudo, o problema do Dr. Cadilhe é que não é um cidadão qualquer. É um alto funcionário do Estado, foi Secretário de Estado e Ministro e, hoje, é o responsável máximo pela entidade nacional que tem como missão atrair o investimento estrangeiro para Portugal.
O estado de alma que o Dr. Cadilhe deixou transparecer, nas palavras que proferiu, não é compatível com a tarefa de atrair investidores estrangeiros para Portugal. Parecia um ex-ministro das Finanças no dia seguinte à sua própria demissão! Será este o discurso que o Dr. Cadilhe faz no exercício das suas funções? Compreendo que as declarações recentes do decano do Grupo Melo, acerca da inutilidade da independência de Portugal, tenham sido demasiado fortes. O Dr. Cadilhe não quis ficar atrás. Ao discurso pessimista do Grupo Melo juntou o Dr. Cadilhe uma pitada de decadentismo e miserabilismo tão ao "estilo português".
O problema destes discursos, eivados de um populismo ostensivamente irracional, é que não visam nem a integração em Castela nem a modernização do país. São o fermento de um ambiente político e social favorável à conquista do poder pelas correntes ultra conservadoras. Estes discursos não surgem por acaso. Eles servem uma estratégia de tomada do poder. E os mentores desta estratégia já estão no Governo e até já têm candidato à Presidência da República! E por estranha ironia o Dr. Cadilhe já foi, no passado, uma vítima daqueles que agora ajuda, espero que involuntariamente, com o seu discurso populista!
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