Fotografia de sophie thouvenin
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
SIM. SIM. SIM.
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"
SIM. SIM. SIM.
2 comentários:
Voto sim! Que me perdoem as mulheres que podem e devem sentir-se sob julgamento público da sua maior intimidade e liberdade, o seu corpo e a sua alma, perante a realidade do referendo à porta... Voto sim para que mais nenhuma mulher passe pela injustiça de ser condenada!
Até sempre!
Meu caro Eduardo,
Antes de mais, saúdo-te com a estima de velho condiscípulo, e de leitor assíduo e apreciador deste teu espaço.
Com todo o respeito, para contigo e para com todos aqueles, homens e mulheres, pais e mães, que irão optar pelo sim, concede-me que apresente uma ideia diferente das que tenho visto perfilhadas no teu blogue, sobre a questão da interrupção voluntária da gravidez. Uma ideia alicerçada à luz da Fé e da doutrina que Jesus nos ensinou.
Sem querer contradizer as ideias que tenho visto expressas no teu blogue, em relação a esta matéria, e porque sei que és homem de cultura e desde sempre preocupado com a condição humana, permite-me, contudo, que deixe aqui algumas pistas (que, de resto, não constituem qualquer novidade…).
Proponho uma reflexão diferente, bastante simples, sem a pretensão de querer convencer ninguém, mas apenas com o intuito de apresentar um outro enfoque desta acesa questão - verdadeiramente crucial para as mulheres (e porque não para os homens? - não são eles genitores?), sobremaneira para as Mães :
São Paulo – o Saulo, de Tarso, espírito brilhante e homem muito culto (educado pelo famoso Gamaliel), perseguidor implacável da jovem Igreja cristã, e que, após súbita conversão, se transformou no maior Apóstolo de sempre – é muito claro quando nos diz que nós somos templo do Espírito Santo (cfr. 1ª carta aos coríntios, cap. 3, versículos 16-17). Isto significa que o nosso corpo não é simples matéria, mas Espírito vivo, habitado por Deus.
Na verdade, somos produto de Deus. Julgo que é questão pacífica que o Homem é creação de Deus, e que os pais biológicos são apenas canais de transmissão da Vida que Deus nos dá. Somos pois, meramente instrumentos geradores de Vidas, que, em primeira e última análise, pertencem a um Deus Creador (utilizo aqui “creador” no sentido que o filósofo brasileiro Huberto Rohden utiliza – isto é, Deus é o Creador do Universo;só Ele tem o Poder Infinito, a capacidade de transformar a essência em existência).Meros "criadores" são os homens, que apenas transformam a existência.
Ora, para além mesmo de quaisquer considerações de ordem filosófica, ética ou religiosa, parece bem claro que só o Creador pode decidir da vida daquele que creou. Não queira o simples mortal arrogar-se o poder ou o direito de decidir da vida de um ser humano, na verdade ainda muito pequenino e indefeso - mas que, pese tal condição, é um ser humano completo, vivo, com todos os direitos que todos nós temos!
Vejamos o que diz a comunidade científica acerca destes pequeninos bebés:
NO SÉTIMO DIA de concebido, o embrião mede um milímetro e meio e emite uma mensagem química que força a mãe a conservá-lo é o bebé que detém o ciclo menstrual de sua mãe. O coração ainda não pode ser escutado mas já palpita e tem o tamanho de um grão de trigo aproximadamente.
NA SEGUNDA SEMANA, o coração já bate e o bebé tem os membros muito pequenos mas esboçados.
EM OITO SEMANAS, o bebé já mede três centímetros da cabeça até o final da coluna, já possui forma completamente humana, tem cabeça, braços, dedos, etc. tem inclusive as linhas das mãos traçadas.
ENTRE OITO E DEZ SEMANAS, as impressões digitais já estão presentes, são muito pequenas. Se pudesse fotografar e ampliar, obteríamos perfeitamente suas digitais e já poderia ter seu documento de identidade. Estas impressões já não mudarão até o final de sua vida.
Que dizer disto? Que nome se dará à liquidação deste ser humano, apesar de muito pequenino…? Usamos um eufemismo...ou temos a coragem de qualificar tal acto como é - verdadeiro homicídio...?!
Ao abrir-se a porta a tamanha irresponsabilidade, o que é que vai acontecer? Daí irromperão os abortos em catadupa, pelas mais variadas, subjectivas e interesseiras razões…! Ou não fosse o ser humano o que é…!
Alguém duvidará que, mesmo que a lei venha a restringir a prática da interrupção voluntária da gravidez a situações de mal formação do feto ou de hipotéticas violações, as “boas” intenções das normas não virão a ser desvirtuadas e habilmente aproveitadas consoante as necessidades ocasionais?
E quem vai garantir e fiscalizar o cumprimento da lei? O Estado? Os médicos? Alguma comissão de técnicos, criada para o efeito? Quem irá controlar todas as situações de aborto, para ajuizar se estão ou não dentro da alçada da lei…?
O que se torna fundamental em toda esta problemática é educar para a sexualidade os jovens (e menos jovens, ao que parece) com honestidade e elevação. Infundir na mente e no coração que ser pai e mãe é o maior dom que Deus proporciona à humanidade. Que ser pai e mãe é verdadeira missão, da maior responsabilidade, e que ser canal transmissor de vida é felicidade imensa… a maior alegria e realização a que qualquer ser humano pode aspirar!
Entendamo-nos. Esta questão tal como está a ser preparada em termos do referendo, está a ser muito mal colocada. Quando se proclama que as mulheres são donas do seu corpo e que são elas que têm de decidir sobre a vida e a morte do filho que Deus lhes entregou… não se está a entender nada, mas mesmo nada, da maravilhosa Graça que Deus deu às mulheres ao fazê-las Mães!
A vida humana, mesmo ainda muito pequenina, é VIDA - mesmo que encarada sob um ponto de vista estritamente científico – e não pode estar à mercê de vontades alheias! A mãe não é dona do seu corpo – e muito menos é dona da Vida do filho que Deus lhe entregou para gerar e fazer desenvolver.
Proclamar que é dona do seu corpo e que dele pode fazer o que bem entender, é um argumento falacioso deveras grave. Ninguém é dono do seu corpo! O nosso corpo foi-nos dado pelo Deus Creador. Foi Ele que no-lo deu; e só Ele no-lo pode tirar.
Quem quiser ter sexo pelo sexo, sem responsabilidade, terá de usar dos cuidados necessários. E se uma Mãe engravida sem o desejar, não deverá aproveitar-se de uma norma legal para fazer “desaparecer” um ser vivo, que é um filho de Deus – e cuja Vida ou morte não pode ser decidida por um acto irreflectido e ligeiro de quem o alberga em seu ventre. Um filho é o dom mais precioso que Deus concede a uma Mãe!
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