segunda-feira, fevereiro 21

Gás

“O arboricídio floresce (se me permitem a expressão). Algures, em misteriosos gabinetes. Surge nas pranchetas, nos estiradores, escorre da ponta gelada dos compassos, organiza-se a partir das réguas, dos esquadros. O papel deserto, a alma lunar dos urbanistas. Transmitida a sentença de morte às serras mecânicas, aos camiões de lixo que servem para transportar os troncos e os ramos decepados, a operação decorre ao anoitecer com a rapidez dum comando em acção. De modo que descemos, Gelnaa e eu, do nosso sexto andar para assistir ao derrube das árvores da praça.”

“O Aprendiz de Feiticeiro” – Carlos de Oliveira
Fragmentos (Gás) – pág. 17, 18 e 19 (1 de 6)

Sem comentários: