Na vida como na política o carácter dos homens determina o essencial da sua acção. Não é possível esconder todo o tempo a perversidade do carácter dos homens públicos. Em democracia essa é mesmo uma tarefa impossível.
Ao fim de algum tempo a propaganda que transformara um político num decisor perfeito como que se desmorona. Isso acontece quando o carácter do homem político se revela vulgar, atreito a preocupar-se com as tarefas mesquinhas, os juízos preconceituosos e as decisões sectárias, quando não persecutórias.
O carácter dos homens é, no fundo, o essencial na política. Bagão Félix é uma expressão da verdadeira natureza do mal na política. A dissimulação levada aos limites torna-se uma obsessão perigosa para a própria democracia. Até Santana Lopes foi obrigado a reconhecer isso quando “dispensou” Bagão Félix de um seu governo virtual que o povo português, por sua vez, também já dispensou.
Estamos a 12 dias das eleições. Santana esbraceja qual naufrago que agarra, desesperado, todos os sobreviventes, arrastando-os para o fundo. Bem vistas as coisas é provável que só venham a sobreviver os que ficaram fora do "barco do santanismo" ou os que se protegeram com o silêncio autentico da vergonha.
Leia-se: "O Chumbo", de Nicolau Santos, in “Expresso on line” (acesso integral à leitura só para assinantes):
“O Presidente da República vai vetar a nova Lei Orgânica do Ministério das Finanças. Faz Jorge Sampaio muito bem. Sob essa capa, o que o ministro das Finanças pretende é acabar com a autonomia administrativa e financeira de entidades reguladoras, como o Instituto de Seguros de Portugal e a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, e passar a controlá-las do Terreiro do Paço.”
1 comentário:
Keep up the good work
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