“Digamos, sucintamente, que o santanismo nos propõe novamente uma cena mediática, imaginária, essencialmente espectacular. Numa mistura de discursos, decisões incoerentes e oportunistas em que se mistura o elogio do 25 de Abril (da democracia, dos valores da liberdade) com a leviandade de iniciativas que parecem caprichos ou nascidos de humores variáveis segundo os momentos, Santana Lopes dá-nos uma imagem da governação – e do comportamento político e cívico de que ele, enquanto primeiro-ministro nos dá o exemplo – que se adequa curiosamente aos antigos comportamentos que herdámos do salazarismo”.
(...) "Docemente sem escrúpulos, suavemente cínico, gozador da vida empírica imediata, amigo dos amigos semelhantes - esta imagem do comportameneto cívico do cidadão não convém como uma luva àquela não-existência que desde sempre devora a nossa vontade de viver de portugueses?"
José Gil – “Portugal, Hoje – O Medo de Existir”
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