Fotografia de Angèle
Disse a ave esconjurada:
Vai tu aos confins da Lunda
Não metas pedras na funda
Nem carregues a lingada
Vê a bela desterrada
Incendeia a cidadela
Não olhes p´ra ele nem ela
Depois da praça esturrada.
Foge que o mal não é teu
O que fizeste te escapa
Põe-no debaixo da lapa
O que lá vai já ardeu.
Tens para ti o futuro
Deixa-os lá que eles não acabam
Quando as paredes desabam
Fique apenas o teu muro.
O que a ave disse fiz.
Só não disse o que não quis.
13.12.56
José Blanc de Portugal
Disse a ave esconjurada:
Vai tu aos confins da Lunda
Não metas pedras na funda
Nem carregues a lingada
Vê a bela desterrada
Incendeia a cidadela
Não olhes p´ra ele nem ela
Depois da praça esturrada.
Foge que o mal não é teu
O que fizeste te escapa
Põe-no debaixo da lapa
O que lá vai já ardeu.
Tens para ti o futuro
Deixa-os lá que eles não acabam
Quando as paredes desabam
Fique apenas o teu muro.
O que a ave disse fiz.
Só não disse o que não quis.
13.12.56
José Blanc de Portugal
In “ENÉADAS – 9 Novenas”
Imprensa Nacional – Casa da Moeda
3 comentários:
Porto, 2006.06.22
Caro Eduardo Graça.
Boas. Não há nada que se sobreponha a uma bela poesia e a uma bela fotografia, sugestiva, se puder ser. A vida é derrota; a poesia é vitória. E amanhã milhares de timorenses afluem a Díli para participar numa manifestação de apoio ao presidente Xanana Gusmão... e o bem vencerá.
Aceita um abraço do João Sousa
Passar por aqui é sempre um prazer.
Belas fotografias, belas poesias, um final de dia sempre bonito, aqui no Absorto e a culpa é sua E.G., pelas suas escolhas.
Obrigado
Que bela fotografia e poema, não conhecia nenhum dos autores das obras publicadas... obrigada p'la oportunidade de descoberta!
Os últimos dois versos são dos finais mais desarmantes como quase só a Natureza e os poetas são capazes!
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