Frank Grisdale
Ressonância de 28 de Agosto de 2004 dos meus fragmentos de leitura de “Roland Barthes por Roland Barthes”, vertidos para um livro artesanal que, desta vez, incorpora uma frase da minha lavra que, aparentemente, nada tem a ver com o texto. É, pelo menos, surpreendente até para mim próprio.
“O político é, subjectivamente, uma fonte permanente de aborrecimento e/ou de prazer; é, além disso e de facto (isto é, a despeito das arrogâncias do sujeito político), um espaço obtinadamente polissémico, a sede privilegiada duma interpretação perpétua (uma interpretação, se for suficientemente sistemática nunca será desmentida, até ao infinito). Poderíamos concluir a partir destas duas constatações que o Político é textual puro: uma forma exorbitante, exasperada, do Texto, uma forma inaudita que, pelos seus extravasamentos e pelas suas máscaras, talvez ultrapasse a nossa compreensão actual do Texto. E, tendo Sade produzido o mais puro dos textos, julgo compreender que o Político me agrada como texto sadiano e me desagrada como texto sádico."
Ressonância de 28 de Agosto de 2004 dos meus fragmentos de leitura de “Roland Barthes por Roland Barthes”, vertidos para um livro artesanal que, desta vez, incorpora uma frase da minha lavra que, aparentemente, nada tem a ver com o texto. É, pelo menos, surpreendente até para mim próprio.
“O político é, subjectivamente, uma fonte permanente de aborrecimento e/ou de prazer; é, além disso e de facto (isto é, a despeito das arrogâncias do sujeito político), um espaço obtinadamente polissémico, a sede privilegiada duma interpretação perpétua (uma interpretação, se for suficientemente sistemática nunca será desmentida, até ao infinito). Poderíamos concluir a partir destas duas constatações que o Político é textual puro: uma forma exorbitante, exasperada, do Texto, uma forma inaudita que, pelos seus extravasamentos e pelas suas máscaras, talvez ultrapasse a nossa compreensão actual do Texto. E, tendo Sade produzido o mais puro dos textos, julgo compreender que o Político me agrada como texto sadiano e me desagrada como texto sádico."
Escrevi nesta pagina: "visitam-se lugares e acontecimentos mas, de facto, visitamo-nos a nós próprios apertando os contactos entre os "viajantes". Quando assim não sucede a viagem reduz-se à excursão."
2 comentários:
PORTO, 2006.08.29
Viva.
Coisa difícil esta de comentar o Ed e o Roland Barthes. Vou tocar no ponto que me interessa focar, seja, dar a minha opinião sobre o político é .... e ficar à espera de ler os comentários de outros colaboradores do blogue.
O político é...
A ciência política é desempenhada por pessoas que sintam por tal desempenho, aptência e preparação. É um serviço a prestar direccionado ao colectivo. O político é um representante de uma classe ou de uma região.
Para que o desempenho seja convincente o político terá de ter alma. José Estevão e Almeida Garrett foram dois tribunos enormes pelo ênfase que punham nas suas dissertações. Estevão melhor que Garrett, penso. Um político deve ser completo, i.é., deve saber ler nas entrelinhas e deverá fazer como aquele treinador de basket americano a quem perguntaram: - alô mister, como é que ganha os jogos. Ganho se perceber o que é que o adversário vai fazer quando tem a posse de bola. O político não deve deixar desarmar-se e deve perceber o jogo do adversário. Na cena política portuguesa houve grandes tribunos como Francisco Salgado Zenha e Adelino Amaro da Costa entre outros. A profissão é exigente, dá muito trabalho mas é digna.
JS
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