Imagem daqui
Hoje chamou-me a atenção um artigo de Graça Moura, publicado no DN, no qual começa por afirmar:
Como se lê no DN de 22 de Fevereiro, "Pinto Monteiro sustenta, em tese, que um executivo municipal não pode cair por uma suspeita que, depois, se venha a revelar infundada". Estou de acordo com o sentido da ideia de Pinto Monteiro que Graça Moura toma em defesa da sua dama, ou seja, de Carmona e companhia.
Mas o que mais impressiona é o argumentário trauliteiro de Graça Moura a propósito do que designa por “gritaria exaltada, demagógica, hipocritamente virtuosa e justicialista, dos vários quadrantes de uma oposição que mais se diria uma alcateia desvairada do que parte de um executivo municipal digno desse nome.”
E, para caracterizar a postura política de todos os outros, com excepção dos virtuosos autarcas do PSD, dispara a “virulência sem escrúpulos” eivada de “acusações e de insinuações, com propósitos evidentes de desagregação da sua imagem [da Câmara] e de criação de um intolerável descrédito quanto a ela. Um objectivo puramente político, portanto, que recorre à baixeza da imputação de malfeitorias como instrumento habitual da sua estratégia.”
Ora o mesmo se poderia dizer dos homenzitos do partido de Graça Moura, e do seu ex-satélite da extrema-direita, a respeito de diversos processos que correm os seus trâmites e que tomaram, e nalguns casos, ainda tomam, como alvo, alguns daqueles da mesma área política dos que ele acusa de instintos malignos.
Se olhasse para a sua casa político/partidária, e redondezas, com mais cuidada atenção, Graça Moura poderia escrever exactamente o mesmo tomando os seus correligionários como alvos das mesmíssimas diatribes.
É uma pena … que a Ulisseia esteja pejada desses animais predadores mas eles, a mais das vezes, juntam-se, sem distinção de credo ideológico ou partido, em torno da defesa de interesses pelos quais são capazes de todas as malfeitorias.
Por fim Graça Moura informa que o inefável arquitecto do SOL já tinha tomado para si o animal mais apropriado para qualificar essa oposição de malfeitores que, por acaso, até foram alvo de tentativas de suborno segundo foi amplamente noticiado, e nunca infirmado, pelas autoridades competentes. Talvez o regresso de Dr. Portas e, quiçá, mais tarde, do Dr. Barroso, possa repor a ordem zoológica na selva para que, de novo, se possa ouvir, na cidade capital e no país, o trinar dos passarinhos e o ronronar das estrofes de um dos nossos mais insignes poetas.
E culmina, usando Aquilino, (que se estivesse vivo aposto que o desancaria!) com esta interessantíssima gincana zoológica:
“Este artigo já estava escrito quando o Sol de sábado passado publicou o editorial de José António Saraiva, "Carmona e os chacais". Decidi por isso alterar o meu título, que inicialmente era "O tempo das hienas", para outro, de sabor mais aquiliniano. Mas também podia ter escolhido "A lei da selva" ou "A alcateia". Em qualquer caso, lobos, hienas ou chacais são espécies zoológicas predadoras a que a formosa Ulisseia não pode ficar entregue.”
Hoje chamou-me a atenção um artigo de Graça Moura, publicado no DN, no qual começa por afirmar:
Como se lê no DN de 22 de Fevereiro, "Pinto Monteiro sustenta, em tese, que um executivo municipal não pode cair por uma suspeita que, depois, se venha a revelar infundada". Estou de acordo com o sentido da ideia de Pinto Monteiro que Graça Moura toma em defesa da sua dama, ou seja, de Carmona e companhia.
Mas o que mais impressiona é o argumentário trauliteiro de Graça Moura a propósito do que designa por “gritaria exaltada, demagógica, hipocritamente virtuosa e justicialista, dos vários quadrantes de uma oposição que mais se diria uma alcateia desvairada do que parte de um executivo municipal digno desse nome.”
E, para caracterizar a postura política de todos os outros, com excepção dos virtuosos autarcas do PSD, dispara a “virulência sem escrúpulos” eivada de “acusações e de insinuações, com propósitos evidentes de desagregação da sua imagem [da Câmara] e de criação de um intolerável descrédito quanto a ela. Um objectivo puramente político, portanto, que recorre à baixeza da imputação de malfeitorias como instrumento habitual da sua estratégia.”
Ora o mesmo se poderia dizer dos homenzitos do partido de Graça Moura, e do seu ex-satélite da extrema-direita, a respeito de diversos processos que correm os seus trâmites e que tomaram, e nalguns casos, ainda tomam, como alvo, alguns daqueles da mesma área política dos que ele acusa de instintos malignos.
Se olhasse para a sua casa político/partidária, e redondezas, com mais cuidada atenção, Graça Moura poderia escrever exactamente o mesmo tomando os seus correligionários como alvos das mesmíssimas diatribes.
É uma pena … que a Ulisseia esteja pejada desses animais predadores mas eles, a mais das vezes, juntam-se, sem distinção de credo ideológico ou partido, em torno da defesa de interesses pelos quais são capazes de todas as malfeitorias.
Por fim Graça Moura informa que o inefável arquitecto do SOL já tinha tomado para si o animal mais apropriado para qualificar essa oposição de malfeitores que, por acaso, até foram alvo de tentativas de suborno segundo foi amplamente noticiado, e nunca infirmado, pelas autoridades competentes. Talvez o regresso de Dr. Portas e, quiçá, mais tarde, do Dr. Barroso, possa repor a ordem zoológica na selva para que, de novo, se possa ouvir, na cidade capital e no país, o trinar dos passarinhos e o ronronar das estrofes de um dos nossos mais insignes poetas.
E culmina, usando Aquilino, (que se estivesse vivo aposto que o desancaria!) com esta interessantíssima gincana zoológica:
“Este artigo já estava escrito quando o Sol de sábado passado publicou o editorial de José António Saraiva, "Carmona e os chacais". Decidi por isso alterar o meu título, que inicialmente era "O tempo das hienas", para outro, de sabor mais aquiliniano. Mas também podia ter escolhido "A lei da selva" ou "A alcateia". Em qualquer caso, lobos, hienas ou chacais são espécies zoológicas predadoras a que a formosa Ulisseia não pode ficar entregue.”
.
1 comentário:
Há muito que me habituei a separar o poeta Vasco Graça Moura (que ainda agora recebeu o Prix Max Jacob em França por "Une lettre en hiver") e o politiqueiro oportunista e desprovido de senso crítico Vasco Graça Moura. Acho que existe uma qqr esquizofrenia no homem. Um tento seguir, o outro, faz-me desligar de imediato.
Enviar um comentário