quinta-feira, março 22

OTA

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Comentário que escrevi directamente na caixa dos ditos no “A Defesa de Faro” a propósito da localização – ou lá o que seja – do futuro aeroporto a que se convencionou chamar a questão da OTA:

É possível que sejamos um país muito especial. Tudo o que seja obra de grande porte – estruturante – é sempre de parto difícil. O Duarte Pacheco - como Ministro das Obras Públicas de Salazar - construiu várias obras de vulto, algumas delas, ao arrepio da opinião do próprio Presidente do Conselho. Depois morreu num desastre de viação esborrachado contra uma árvore. A ponte sobre o Tejo - a primeira - chamada, por ironia, Salazar e depois 25 de Abril - também mereceu as maiores reservas ao ditador. Penso mesmo que o homem saiu da sala de reuniões do Conselho de Ministro na hora da aprovação da coisa. Custava muito dinheiro e não se percebia muito bem para que servia uma ponte daquelas tão grandes. Salazar não sabia nada de aeroportos nem lhe faziam falta nenhuma esses conhecimentos pois só uma vez andou de avião. Fez uma viagem Lisboa-Porto e quando aterrou, meio enjoado, exclamou que nunca mais andava numa coisa daquelas. O Metro de Lisboa nunca construiu a ligação do Aeroporto da Portela a Lisboa o que sempre foi um verdadeiro mistério - alguém que explique! Desde o verão 1932, quando tomou posse como Presidente do Conselho, até ao fim, muitos decénios depois, Salazar nunca visitou sequer as colónias que eram uma das razões principais da sua política e a maior riqueza - no plano económico e estratégico -de Portugal nos tempos ante 25 de Abril. Portugal, ou pelo menos uma parte dele, ainda continua a viver no Salazarismo: o ideal seria viver em autarcia, fechados sobre si próprios, isolados do mundo, um quintal, uma rosa e o trinado de uma guitarra. Um dia destes quando uma máquina voadora, daquelas grandes, cair em cima de Lisboa, na aproximação a essa espécie de bairro de Lisboa, com pistas de aterragem e torres de controle, aqui d'el rei que já nos deixamos atrasar.

[Corrigi até dois ou três erros que resultaram da escrita rápida e directa deste sobredito cujo comentário.]
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