segunda-feira, março 26

UMA ENCRUZILHADA TERRÍVEL

Fotografia de Angelle

As classificações de serviço na administração pública, com aplicação de quotas, visam introduzir diferenciação entre os funcionários com base na qualidade do seu desempenho. É a velha questão de que nem todos podem ser muito bons. É verdade.

Mas a aplicação desta política, na fase inaugural, está a criar um fosso entre a classe dirigente e a maioria esmagadora dos funcionários. Uma guerra sem quartel. Esta é a simples constatação de um facto. Se lhe juntarmos a execução da política de excedentários a guerra agrava-se. Só há que saber quais os critérios objectivos adoptados para classificar e excluir.

Se os dirigentes conseguirem explicar os critérios, caso a caso, o governo ganha a guerra. Mas são mais de 700.000 casos numa população que não deve exceder um total de 3 milhões de activos. Este é o lado negro da política de consolidação orçamental, ou seja, o seu custo mais pesado e dramático.

É que não se podem colocar as pessoas na posição de declarar: “se for preciso, para melhorar a situação do país, suicido-me!”. Pois, na verdade, o que é o país senão a comunidade das pessoas, de todas as pessoas, que são, no fundo, com seus defeitos e virtudes, o seu mais precioso tesouro!Uma encruzilhada terrível!
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