domingo, janeiro 15

ENGRENAGEM (2)

Posted by Picasa Fotografia de José Marafona

As datas são uma coisa terrível. A este propósito, curiosamente, hoje, no café, li o “24 Horas” que nunca comprei. Se já não compro o “Público”! Essa leitura permite-me fazer umas correcções e precisões a propósito da caso “envelope 9”: o número de telefones privados, cujas listagens das comunicações constam da informação fornecida pela PT, é 208; o período exacto compreendido pelas conversas constantes das ditas listagens é entre 10 de Dezembro de 2001 e 7 de Maio de 2002.

Quem quiser que se dê ao trabalho de fazer a comparação com as datas do calendário político: eleições autárquicas de Dezembro de 2001, eleições legislativas de Março de 2002, tomada de posse de Durão Barroso e tudo o que se passou, nesse período, no seio do PS.

Confirmei ainda a notícia de que o PGR diligenciou no sentido do adiamento da sua audição, na AR, de 3ª para 6ª feira, desta semana. O esclarecimento da situação tinha sido considerado urgentíssimo pelo PR. O pedido de adiamento foi feito por telefonema, realizado sábado, depois das 6 da tarde, para o presidente da Comissão parlamentar respectiva. Estranhas informalidades! …

As datas são uma coisa terrível. Têm significado, permitem mudar a natureza das coisas assim como o desenlace dos processos e condicionar os seus fins. O dia solicitado para a audição é exactamente o último dia da campanha eleitoral para as presidenciais.

Tudo o que se passar a partir de domingo próximo, neste domínio, será condicionado pelo resultado das eleições, em particular, se a eleição do futuro presidente ficar resolvida à primeira volta.

Das duas uma: ou o caso é simples de explicar e não justificaria o adiamento da audição na qual tudo ficaria cabalmente esclarecido; ou é difícil de explicar e/ou complexo de investigar, requerendo mais tempo, o que torna o adiamento para 6ª feira na mais estranha das escolhas.

Porventura nada disto tem importância nenhuma mas, caso seja uma mera manobra de diversão, sabe-se lá de quem, como se justifica o tom grave da comunicação ao país do PR?

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