"Croce del Sud" - opera di Jorge Colaço (1922)
Uma ressonância de 26 de Agosto de 2004. Nesse dia publiquei o último de sete sonetos de Camões, segundo a “Edição de Lobo Soropita de 1595”, por sinal um dos menos conhecidos:
Oh! Como se me alonga de ano em ano
Uma ressonância de 26 de Agosto de 2004. Nesse dia publiquei o último de sete sonetos de Camões, segundo a “Edição de Lobo Soropita de 1595”, por sinal um dos menos conhecidos:
Oh! Como se me alonga de ano em ano
A peregrinação cansada minha!
Como se encurta e como ao fim caminha
Este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
Perde-se-me um remédio que inda tinha;
Se por experiência se adivinha,
Qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
No meio do caminho me falece;
Mil vezes caio e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e na tardança,
Se os olhos ergo, a ver se inda parece
Da vista se me perde e da esperança.
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Ou restantes seis podem ser lidos clicando em baixo no respectivo primeiro verso:
Sete anos de pastor Jacob servia
Tanto de meu estado me acho incerto,
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Busque Amor novas artes, novo engenho
Aquela triste e leda madrugada,
Alma minha gentil, que te partiste
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Ou restantes seis podem ser lidos clicando em baixo no respectivo primeiro verso:
Sete anos de pastor Jacob servia
Tanto de meu estado me acho incerto,
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Busque Amor novas artes, novo engenho
Aquela triste e leda madrugada,
Alma minha gentil, que te partiste
2 comentários:
PORTO, 2006.08.26
Viva.
Felicito o EG pela atitude incansável de trazer o melhor da cultura portuguesa para o seu espaço, onde se sente uma lufada de ar fresco. E apetece-me sempre dizer qualquer coisa. E, palavra que gostava de ver outros, que aqui escrevem às vezes, a participar mais. Não sei se tenho direito a tal solicitação. Participar neste blogue é, para mim, um exercício importante. Gosto de poesia em geral e de Camões em particular... gosto de declamar o Cântico Negro do Régio, A Vida do António Nobre, Camões, Gedeão, Cesário, António Jacinto (Naquela roça grande ... não tem chuva...) Viriato da Cruz (O Namoro - mandei-lhe uma carta em papel perfumado...) enfim...
O que me ocorre dizer acerca destes sonetos, é que fiquei prejudicado em termos de estudos Camonianos, uma vez que sendo eu aluno da Escola Comercial, nas aulas de Português houve muito pouco tempo para CAMÕES e também para os outros autores. Contrariamente os alunos do Liceu faziam nas mesmas aulas de Português um estudo quase diria exaustivo sobre os Lusíadas, quer na interpretação dos textos quer na divisão de orações, que, diga-se de passagem era um trabalho duro. Não sei como está isso agora mas acho que Camões é para estudar em todos os estabelecimentos de ensino.
Do meu soneto preferido, retiro três versos,
Tanto de meu estado me acho incerto,
Que em vivo ardor tremendo estou de frio;
Sem causa, juntamente choro e rio;
“Estado incerto?..”.cheira-me a paixão. Aliás, Camões foi o poeta do amor. “Sem causa juntamente choro e rio.” Por amor, certamente.
É tudo e bom fim de semana.
JS
Reli-os a todos. Obrigada.
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