Chuvisca em Lisboa
Estranha noite de finais de Maio em Lisboa. A Feira do Livro abriu no Parque e chuvisca em Lisboa.As ruas do Bairro Alto, ao início da noite, estavam quase desertas. Um grupo de japoneses a caminho das casas de fados, casais de estrangeiros buscando os restaurantes recomendados e mais uns poucos portugueses. As ruas não melhoraram em animação, nem em asseio, nem em comércio, em nada, apesar das restrições à circulação automóvel.
O seu encanto natural é o mesmo de sempre mas a cidade é trespassada por um ar triste. Não de ouvem os sons de fundo de outros tempos. Uns acordes de guitarra e fragmentos de vozes sofridas a cantar.
O casanostra restaurante mantém, após muitos anos, um bom nível de serviço. Como alguns outros restaurantes do Bairro Alto resiste e continuamos a gostar do ambiente depurado e da belíssima cozinha italiana. Somos retribuídos pela simpatia do pessoal. A fidelidade da nossa escolha ajuda mas sente-se que há qualidade e vontade de agradar.
Está bem de ver que era cedo na noite mas nas ruas sente-se a descrença além do eco dos nossos passos. Lembra-me Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) em "Lisbon revisited" (1926) e outros poemas com referências à cidade de Lisboa. Poemas a visitar um dia neste espaço.
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