Fotografia de Rosário Belmar da Costa
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Esta é a segunda das quatro fotografias da primeira aparição pública do MES baptizado, posteriormente, como Movimento de Esquerda Socialista. Como num texto anterior diz a Rosário ficamos a saber que a ideia do cartaz foi do César de Oliveira. Não me admiraria que a própria sigla do movimento tenha sido inspirada por ele.
O “livro preto”, a que a Rosário se refere, não foi impresso no Bombarral mas no Porto, edição da Afrontamento, ostentando, na última página “Acabou de imprimir-se em 22 de Junho de 1974 na Tipografia Nunes, Lda. Porto”. Essa publicação foi concluída antes do 25 de Abril e publicada já com a revolução consumada e contém, de facto, a base programática do movimento sem, no entanto, nunca a ele se referir.
As duas introduções, datadas respectivamente de Março e Maio de 74, são assinadas pelos mesmos subscritores que assumem, pela primeira vez, publicamente, a paternidade de um conjunto de iniciativas políticas sectoriais que haveriam de convergir no MES. São eles: Agostinho Roseta, António Rosas, António Santos Júnior, Augusto Mateus, Edilberto Moço, Francisco Farrica, Jerónimo Franco, Jorge Sampaio, Manuel Lopes, Marcolino Abrantes, Paulo Bárcia e Vítor Wengorovius.
O documento que a Rosário e o Xico Camões trouxeram do Bombarral foi, quase certamente, a “Declaração do Movimento de Esquerda Socialista -M.E.S”, o primeiro documento em que o MES se assumiu como movimento político organizado, subscrita por uma “Comissão Organizadora” com uma constituição ligeiramente diferente do grupo que subscreveu o “Livro Preto”.
Nela não aparecem os nomes do Agostinho Roseta, Augusto Mateus, Jerónimo Franco, Jorge Sampaio, Marcolino Abrantes e Paulo Bárcia, surgindo, como novidade, os nomes do Rogério de Jesus, Machado (António), Luís Filipe Fazendeiro, Luís Manuel Espadaneiro, Carlos Pratas, José Galamba de Oliveira, Joaquim Mestre, José Manuel Galvão Teles, Eduardo Ferro Rodrigues, Nuno Teotónio Pereira e César de Oliveira.
A alteração nos subscritores marca a diferença entre uma publicação de cariz marcadamente ideológica, sem menção ao partido, e a declaração política que o anuncia, notando-se a vontade de equilibrar a representação dos militantes sindicalistas, estudantis, da CDE, cristãos e intelectuais.
Esta declaração política, de quatro páginas, termina com a consigna que haveria de inspirar a primeira fase da acção política do MES: “A EMANCIPAÇÃO DOS TRABALHADORES TEM DE SER OBRA DOS PRÓPRIOS TRABALHADORES”
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Esta é a segunda das quatro fotografias da primeira aparição pública do MES baptizado, posteriormente, como Movimento de Esquerda Socialista. Como num texto anterior diz a Rosário ficamos a saber que a ideia do cartaz foi do César de Oliveira. Não me admiraria que a própria sigla do movimento tenha sido inspirada por ele.
O “livro preto”, a que a Rosário se refere, não foi impresso no Bombarral mas no Porto, edição da Afrontamento, ostentando, na última página “Acabou de imprimir-se em 22 de Junho de 1974 na Tipografia Nunes, Lda. Porto”. Essa publicação foi concluída antes do 25 de Abril e publicada já com a revolução consumada e contém, de facto, a base programática do movimento sem, no entanto, nunca a ele se referir.
As duas introduções, datadas respectivamente de Março e Maio de 74, são assinadas pelos mesmos subscritores que assumem, pela primeira vez, publicamente, a paternidade de um conjunto de iniciativas políticas sectoriais que haveriam de convergir no MES. São eles: Agostinho Roseta, António Rosas, António Santos Júnior, Augusto Mateus, Edilberto Moço, Francisco Farrica, Jerónimo Franco, Jorge Sampaio, Manuel Lopes, Marcolino Abrantes, Paulo Bárcia e Vítor Wengorovius.
O documento que a Rosário e o Xico Camões trouxeram do Bombarral foi, quase certamente, a “Declaração do Movimento de Esquerda Socialista -M.E.S”, o primeiro documento em que o MES se assumiu como movimento político organizado, subscrita por uma “Comissão Organizadora” com uma constituição ligeiramente diferente do grupo que subscreveu o “Livro Preto”.
Nela não aparecem os nomes do Agostinho Roseta, Augusto Mateus, Jerónimo Franco, Jorge Sampaio, Marcolino Abrantes e Paulo Bárcia, surgindo, como novidade, os nomes do Rogério de Jesus, Machado (António), Luís Filipe Fazendeiro, Luís Manuel Espadaneiro, Carlos Pratas, José Galamba de Oliveira, Joaquim Mestre, José Manuel Galvão Teles, Eduardo Ferro Rodrigues, Nuno Teotónio Pereira e César de Oliveira.
A alteração nos subscritores marca a diferença entre uma publicação de cariz marcadamente ideológica, sem menção ao partido, e a declaração política que o anuncia, notando-se a vontade de equilibrar a representação dos militantes sindicalistas, estudantis, da CDE, cristãos e intelectuais.
Esta declaração política, de quatro páginas, termina com a consigna que haveria de inspirar a primeira fase da acção política do MES: “A EMANCIPAÇÃO DOS TRABALHADORES TEM DE SER OBRA DOS PRÓPRIOS TRABALHADORES”
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1 comentário:
O nome do movimento foi amplamente discutido numa reunião no Centro Nacional de Cultura, no fim de semana entre o 25 de Abril e o 1º de Maio. Não me lembro de alternativas à sigla depois aparecida, nem recordo já quem defendeu fosse o que fosse. Sei que foi uma reunião confusa, com pessoas a entrar e a sair, com variadíssimos contactos telefónicos, mesmo para outros pontos do país. Tentava-se informar a malta que connosco se articulava há anos. Recordo um telefonema que fiz para amigos do Sindicato dos Electricistas de Coimbra (ou talvez do Centro), por indicação do Victor Wengorovius, que teve um papel central nessa reunião de coordenação.
Um abraço grande para quem aqui passa e para ti em especial da
Luísa Ivo
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