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No dia 25 de Abril a liberdade
acordou com a água até aos olhos
e um grande arco-íris envolveu Portugal,
de norte a sul.
As cores saíram finalmente para o sol
e os cravos foram os primeiros a transbordar.
Vamos, mulher, vamos celebrar as núpcias
do fogo secreto com o vermelho-verde
escrito em cada muro à altura da mão
como o rio no vale.
Alguns morreram
antes disso, acompanhando o voo das rolas.
A exacta medida duma coisa vê-se melhor
no vazio que se preenche:
a cotovia nos trigos, o vinho fluente
e a liberdade escrita no arco-íris.
António Cabral
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