sexta-feira, abril 15

Esquecimentos

O "Director Geral dos Impostos", Paulo Macedo, esqueceu-se de pagar, em tempo, uma prestação da Contribuição Autárquica. Já a ex-Ministra das Finanças, que o nomeou, se tinha esquecido de declarar ao fisco, em tempo, uma outra “coisa qualquer”.

Todos nos esquecemos sempre de alguma coisa. Mas quem assume funções de topo na administração fiscal não pode esquecer-se de nenhuma das suas obrigações fiscais. A verdade é que, nestas questões de impostos, só o BCP não se esquece nunca de nada!

Mas nada me leva a simpatizar com esta campanha que o DN está conduzir contra Paulo Macedo. Repugnam-me estes métodos conduzidos por mãos ocultas visando atingir fins que bem podiam dispensar a humilhação pública dos cidadãos honestos que aceitam desempenhar funções dirigentes na administração pública.

Estes são os métodos do populismo. O governo PS não pode pactuar com eles. Portanto das três uma: ou o governo demite o "Director Geral dos Impostos", por falta de confiança política, assumindo o ónus da decisão, ou o defende publicamente, reiterando-lhe a confiança política, ou ele se demite por falta de condições para o exercício da função.

"Diário do Governo" - 9

2 comentários:

JPN disse...

Eduardo, parece-me que há aqui duas situações de valor diferente. Uma, a de que ele possa ter uma casa subavaliada. Outra a de que ele se tenha esquecido de pagar algo. Em relação à primeira, embora seja uma prática comum em Portugal, não poderá ser aceitável para os directores gerais de impostos. Quanto à segunda, não entendo a relevância, política ou não, já que não é por alguém não pagar dentro do prazo que foge ao pagamento, sendo que aí, se as coisas estiverem bem feitas, ele vai ser onerado com os custos de mora. Neste caso, custa-me também entender que se fale da revelação jornalística ser feita com intuitos obscuros.

Eduardo Graça disse...

Caro JPN
Tinha-me passado em claro o teu comentário o que não gosto. Também estou de acordo. Mas sempre fica aquela impressão de que, afinal,o "chefe" não cumpre o que é obrigado a fazer cumprir aos "súbditos". Uma questão clássica da ética. Mas ainda mais se agrava a percepção de algo errado quando se sabe que o "chefe", no caso, ganha pela tabela do BCP ou coisa parecida. A minha perplexidade concentrou-se , no entanto, no tratamento jornalistico - uma encomenda, como de costume e, no caso, executada pelo DN. Seja qual for o poder que está por detrás dela repugna-me, como me repugnam os mexericos...
Um abraço se voltares aqui...