Clique na fotografia para aumentar
Terceira fotografia que testemunha o primeiro acto público em que o MES (Movimento de Esquerda Socialista) se assumiu como movimento político. No 1º de Maio de 1974 todos estávamos ainda em estado de levitação.
Como tinha sido possível acontecer a liberdade? Muitos já tinham desesperado e, finalmente, em poucos dias, ecoou uma explosão de liberdade onde se juntaram, espontaneamente, multidões de desconhecidos e os mais desencontrados sentimentos.
No quartel limitei-me a assistir a tudo, a preto e brando, pela RTP, a cor destas fotografias que sobreviveram trinta e três anos. O dia 1º de Maio de 1974 fez-nos acreditar que se tinha iniciado uma nova era em Portugal. Apesar de todas as vicissitudes foi mesmo verdade mas, hoje, compreendo o desabafo que Torga plasmou, em palavras amargas, no seu “Diário”:
“Coimbra, 6 de Maio de 1974 – Continua a revolução, e todos se apressam a assinar o ponto.
- O senhor não diz nada? – Interpelou-me há pouco, despudoradamente, um dos novos prosélitos.
E fiquei sem fala diante da irresponsabilidade de semelhante pergunta. Foi como se me tivessem feito engolir cinquenta anos de protesto.”
Terceira fotografia que testemunha o primeiro acto público em que o MES (Movimento de Esquerda Socialista) se assumiu como movimento político. No 1º de Maio de 1974 todos estávamos ainda em estado de levitação.
Como tinha sido possível acontecer a liberdade? Muitos já tinham desesperado e, finalmente, em poucos dias, ecoou uma explosão de liberdade onde se juntaram, espontaneamente, multidões de desconhecidos e os mais desencontrados sentimentos.
No quartel limitei-me a assistir a tudo, a preto e brando, pela RTP, a cor destas fotografias que sobreviveram trinta e três anos. O dia 1º de Maio de 1974 fez-nos acreditar que se tinha iniciado uma nova era em Portugal. Apesar de todas as vicissitudes foi mesmo verdade mas, hoje, compreendo o desabafo que Torga plasmou, em palavras amargas, no seu “Diário”:
“Coimbra, 6 de Maio de 1974 – Continua a revolução, e todos se apressam a assinar o ponto.
- O senhor não diz nada? – Interpelou-me há pouco, despudoradamente, um dos novos prosélitos.
E fiquei sem fala diante da irresponsabilidade de semelhante pergunta. Foi como se me tivessem feito engolir cinquenta anos de protesto.”
.
2 comentários:
fui daqueles que sempre votaram no PS....não sei se continua a fazer sentido falar de esquerda...se arrependimento matasse...
"Foi como se me tivessem feito engolir cinquenta anos de protesto.”
Só ele. Ainda me ler de o ouvir discursar no Estádio 1º de Maio (?) ou no 25 de Abril ou no 1 de Maio de 75 e pensar é ele, aquele que eu li anos a fio.
Enviar um comentário