Fotografia de Rosário Belmar da Costa
(Clique na fotografia para ampliar)
No dia 1 de Maio de 1974, o mais memorável dia do trabalhador da história contemporânea portuguesa, o país desceu à rua para celebrar a liberdade. Os relatos são incontroversos acerca da adesão em massa da população aos festejos.
Miguel Torga, por exemplo, no seu “Diário” escreveu: “Coimbra, 1 de Maio de 1974 – Colossal cortejo pelas ruas da cidade. Uma explosão gregária de alegria indutiva a desfilar diante das forças de repressão remetidas aos quartéis.
- Mais bonito do que a Rainha Santa … – dizia uma popular. “
Por mim estive remetido ao quartel e não pude participar na grande festa da liberdade. Ao contrário do que Torga escreveu as forças de repressão já não estavam remetidas aos quartéis pela simples razão de que tinham sido subjugadas ou aderido à revolução.
Nesse dia, na grandiosa manifestação de Lisboa, surgiu, pela primeira vez, em público, o MES (Movimento de Esquerda Socialista). Alguém tomou a iniciativa de desenhar num pano MOVIMENTO DA ESQUERDA SOCIALISTA (EM ORGANIZAÇÃO) e juntar atrás dele os activistas que antes militavam em diversos movimentos sociais e sectoriais.
Esta é uma de quatro fotografias, de autoria de Rosário Belmar da Costa, que me chegaram às mãos através do António Pais que, por sua vez, as recebeu de Inês Cordovil. Publicá-las-ei, sem tratamento gráfico, com autorização da autora, até ao próximo 1º de Maio.
Estas fotografias, 33 anos depois de terem sido fixadas, são, certamente, documentos únicos que testemunham o nascimento de um partido com vida efémera pois que, como é sabido, se auto dissolveu, num jantar, em 7 de Novembro de 1981.
Nesta primeira fotografia, colhida na Alameda D. Afonso Henriques, reconheço, entre outros, José Luís Ganhão, António Santos Júnior, Francisco Farrica e o Victor Silva. (Quem quiser que coloque na caixa de comentários, ou me envie por e-mail, elementos para uma legenda mais completa.)
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No dia 1 de Maio de 1974, o mais memorável dia do trabalhador da história contemporânea portuguesa, o país desceu à rua para celebrar a liberdade. Os relatos são incontroversos acerca da adesão em massa da população aos festejos.
Miguel Torga, por exemplo, no seu “Diário” escreveu: “Coimbra, 1 de Maio de 1974 – Colossal cortejo pelas ruas da cidade. Uma explosão gregária de alegria indutiva a desfilar diante das forças de repressão remetidas aos quartéis.
- Mais bonito do que a Rainha Santa … – dizia uma popular. “
Por mim estive remetido ao quartel e não pude participar na grande festa da liberdade. Ao contrário do que Torga escreveu as forças de repressão já não estavam remetidas aos quartéis pela simples razão de que tinham sido subjugadas ou aderido à revolução.
Nesse dia, na grandiosa manifestação de Lisboa, surgiu, pela primeira vez, em público, o MES (Movimento de Esquerda Socialista). Alguém tomou a iniciativa de desenhar num pano MOVIMENTO DA ESQUERDA SOCIALISTA (EM ORGANIZAÇÃO) e juntar atrás dele os activistas que antes militavam em diversos movimentos sociais e sectoriais.
Esta é uma de quatro fotografias, de autoria de Rosário Belmar da Costa, que me chegaram às mãos através do António Pais que, por sua vez, as recebeu de Inês Cordovil. Publicá-las-ei, sem tratamento gráfico, com autorização da autora, até ao próximo 1º de Maio.
Estas fotografias, 33 anos depois de terem sido fixadas, são, certamente, documentos únicos que testemunham o nascimento de um partido com vida efémera pois que, como é sabido, se auto dissolveu, num jantar, em 7 de Novembro de 1981.
Nesta primeira fotografia, colhida na Alameda D. Afonso Henriques, reconheço, entre outros, José Luís Ganhão, António Santos Júnior, Francisco Farrica e o Victor Silva. (Quem quiser que coloque na caixa de comentários, ou me envie por e-mail, elementos para uma legenda mais completa.)
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Eduardo,
Estivemos, eu e o Xico (Camões), a puxar pela memória e o que nos lembramos é que começámos o dia por ir ao Bombarral buscar uns livros de capa preta que o Mil Homens tinha conseguido imprimir numa tipografia de lá (sobre o que eram os livros já não nos lembramos - textos de antes do 25 de Abril e prefácio posterior, mas talvez tu saibas*).
Depois viemos ter com o Agostinho (Roseta) (lá para os lados da Portugália) que, fardado, não queria aparecer em evidência. Não sei mesmo mas penso que é o tipo de costas ao pé do pau do lado esquerdo.
A ideia do cartaz foi do César de Oliveira (creio que ainda houve alguma discussão sobre se era Movimento da Esquerda ou Movimento de Esquerda...), que esteve o tempo todo esfuziante aos gritos. Ao pé de nós apareceu um grupo, de desertores e refractários acabadinhos de chegar de Paris, animadíssimo (bem animadíssimos estávamos todos) capitaneado pelo Zé Mário Branco aos gritos de “Desertores, Refractários, Amnistia Total!”. Foi uma tarde de sonho, tal era o entusiasmo, a quantidade de gente toda feliz, a alegria que estava no ar!
Quanto à fotografia o problema é lembrarmo-nos dos nomes…A partir de uma determinada altura já não foi possível fotografar mais nada, já que era tanta a gente que só do alto e com grandes angulares, meios fora do alcance dos amadores que éramos. Felizmente foram a P&B, que têm muita mais conservação que as feitas a cores!
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Rosário Belmar da Costa
* O livro intitula-se: “Classes, política – política de Classes” e tem duas introduções, a primeira, datada de Março de 74, e a segunda de Maio
5 comentários:
Revisitando uma época.
No Républica & Laicidade, a sequência de acontecimentos da carga policial de 25 de Abril:
http://www.laicidade.org/2007/04/27/«25-de-abril»-reprimido-a-25-de-abril-2/
Passa o link e a palavra!
Viva Eduardo,
Mais nomes da esq. para a direita :
Luis Wemans ( ao pé do Ganhão ), Virgílio, Albertina, Inês Teotónio Pereira, Filó, São e penso que no canto dto. o Jorge Wemans.
Abraços,
Olhando atentamente, como diz a Rosário, de costas, frente ao Ganhão, está o Agostinho Roseta (fardado); e quem será o puto que está à direita com uma bandeira nacional na mão?
relembrar é quase obrigatório.
Também vou falar do 1º de Maio de 74, na 2ª feira.
Revisitar o que foi para mim.
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