Simon Gris
Com Carmona Rodrigues, sem esquecer o inefável Garcia Pereira e a candidatura do “Partido da Terra”, fica completo, em princípio, o elenco dos candidatos que se apresentam nas eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa. Verdadeiramente interessante a quadratura do círculo composta pelos candidatos do chamado bloco central: Fernando Negrão + Carmona Rodrigues /António Costa + Helena Roseta.
Por mais voltas que se dê tudo se vai decidir entre estes quatro candidatos mais o efeito abstenção. O que cada um de nós deseja é uma coisa, a realidade é outra coisa diferente. Da mesma forma, o que dizem os candidato é uma coisa e outra, bem diferente, é o que o eleitorado ouve do que eles dizem.
Um dia elogiei a capacidade de abdicação de Carmona mas hoje sou obrigado a retirar o que disse pois, na realidade, precipitei-me ao transformar o que era a manifestação de uma incapacidade num mérito. Carmona afinal não pertence aquela categoria de eleitos que são capazes de abdicar em favor do interesse geral.
Outros aspectos interessantes dos dois pares de candidatos, que compõem esta quadratura do círculo, é o estabelecimento de uma linha divisória entre o sentimento anti partidos e a afirmação do papel dos mesmos no regime democrático e o facto, menor, de ambos os candidatos da asa direita da quadratura serem arguidos em processos.
Ser arguido não é relevante, no plano político, mas é constrangedor no plano institucional. O candidato do PSD (Negrão) e o seu duplo “independente” (Carmona) têm o perfil de cidadãos dignos e cordatos mas a escolha do primeiro, e a decisão de se candidatar do segundo, fazem com que o PSD corra o risco de ser vitima de um fenómeno de “soma zero” da qual resultará a queda, quase inevitável, da liderança de Marques Mendes.
A asa esquerda da quadratura do círculo dispõe, por sua vez, de todas as condições para vencer restando saber até que ponto António Costa conseguirá segurar o eleitorado socialista subtraindo-o aos encantos das propostas de Helena Roseta que se apresentará com um discurso eivado de apelos subliminares ao populismo anti partidos.
O caminho trilhado por Helena Roseta é perigoso não porque lhe falte legitimidade democrática, ou capacidade de afirmação pessoal, mas pela simples razão que, tal como na candidatura de Alegre à Presidência, os votos que amealhará não se transformarão numa força de renovação da esquerda mas, tão somente, num palco da afirmação de velhas ideias que a esquerda, para se renovar, precisa de abandonar.
Com Carmona Rodrigues, sem esquecer o inefável Garcia Pereira e a candidatura do “Partido da Terra”, fica completo, em princípio, o elenco dos candidatos que se apresentam nas eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa. Verdadeiramente interessante a quadratura do círculo composta pelos candidatos do chamado bloco central: Fernando Negrão + Carmona Rodrigues /António Costa + Helena Roseta.
Por mais voltas que se dê tudo se vai decidir entre estes quatro candidatos mais o efeito abstenção. O que cada um de nós deseja é uma coisa, a realidade é outra coisa diferente. Da mesma forma, o que dizem os candidato é uma coisa e outra, bem diferente, é o que o eleitorado ouve do que eles dizem.
Um dia elogiei a capacidade de abdicação de Carmona mas hoje sou obrigado a retirar o que disse pois, na realidade, precipitei-me ao transformar o que era a manifestação de uma incapacidade num mérito. Carmona afinal não pertence aquela categoria de eleitos que são capazes de abdicar em favor do interesse geral.
Outros aspectos interessantes dos dois pares de candidatos, que compõem esta quadratura do círculo, é o estabelecimento de uma linha divisória entre o sentimento anti partidos e a afirmação do papel dos mesmos no regime democrático e o facto, menor, de ambos os candidatos da asa direita da quadratura serem arguidos em processos.
Ser arguido não é relevante, no plano político, mas é constrangedor no plano institucional. O candidato do PSD (Negrão) e o seu duplo “independente” (Carmona) têm o perfil de cidadãos dignos e cordatos mas a escolha do primeiro, e a decisão de se candidatar do segundo, fazem com que o PSD corra o risco de ser vitima de um fenómeno de “soma zero” da qual resultará a queda, quase inevitável, da liderança de Marques Mendes.
A asa esquerda da quadratura do círculo dispõe, por sua vez, de todas as condições para vencer restando saber até que ponto António Costa conseguirá segurar o eleitorado socialista subtraindo-o aos encantos das propostas de Helena Roseta que se apresentará com um discurso eivado de apelos subliminares ao populismo anti partidos.
O caminho trilhado por Helena Roseta é perigoso não porque lhe falte legitimidade democrática, ou capacidade de afirmação pessoal, mas pela simples razão que, tal como na candidatura de Alegre à Presidência, os votos que amealhará não se transformarão numa força de renovação da esquerda mas, tão somente, num palco da afirmação de velhas ideias que a esquerda, para se renovar, precisa de abandonar.
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