sexta-feira, janeiro 28

Com Freitas contra a política do medo

Sei do que fala Freitas do Amaral. Bagão Félix gosta de se apresentar como o “guru” da ética, sob cuja fina capa se esconde a continuação da política do medo que, sob outras formas, se perpectua desde a ditadura de Salazar. (Ver anteriores citações de José Gil).

Bagão Félix é o soprano dessa hipocrisia de proclamar a ética e praticar o seu contrário. Conheço os seus truques. A festa está a acabar. Perseguição política, é isso! Até aos limites da insanidade mental. As faces que, ontem, apresentavam os dirigentes do PP, atacando Freitas, tresandavam a ódio e Bagão Félix é o seu mensageiro mais refinado.

“Freitas do Amaral recusa demitir-se da presidência da assembleia geral da Caixa Geral de Depósitos (CGD), como sugeriu o ministro das Finanças, por ter feito um parecer contra a transferência do fundo de pensões do banco para o Estado.

"Não renuncio ao cargo, como é óbvio", garante Diogo Freitas do Amaral, em comunicado hoje divulgado.

"Se o senhor ministro quiser demitir-me, ele que assuma a responsabilidade", acrescenta.

"Não será a primeira vez, nem provavelmente a última, que este Governo faz perseguição política aos seus adversários", insinua.

No comunicado, Freitas do Amaral questiona o facto de o ministro das Finanças, António Bagão Félix, só ter reagido hoje, três dias depois de divulgado o parecer.

"Lamento e estranho que o senhor ministro das Finanças só tenha reagido contra mim, não quando o meu parecer foi tornado público (terça-feira, dia 25 de Janeiro), mas apenas hoje (sexta-feira, dia 28 de Janeiro), logo que foi conhecido o meu apoio público ao PS nas próximas eleições", afirma o jurista.
(…)
"Dificilmente se percebe como é que Freitas do Amaral não renuncia ao lugar de presidente [da mesa da assembleia geral da CGD] depois de discordar tão frontalmente da posição do accionista que o nomeou e representa", acrescentou (Bagão Félix).


Na resposta a estas declarações, Freitas do Amaral afirma que é um jurisconsulto independente, diz que não existe qualquer incompatibilidade entre ter feito o parecer e presidir à assembleia geral da CGD e garante que não renuncia ao cargo.

"Sou um jurisconsulto independente e, para dar os meus pareceres, não falo com ninguém antes, como a pedir licença, e muito menos ao Governo", aponta Freitas do Amaral, defendendo a inexistência de qualquer incompatibilidade.

"Eu não dei um parecer contra a Caixa, mas sim a favor dos seus trabalhadores e, portanto, a favor da própria Caixa", sustenta.

Lusa



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