A propósito de um longo fragmento que começa assim: “Alguém me observou há tempos que as mulheres pequeno-burguesas dos meus livros são mais ou menos pecadoras mentais.” (…) Escrevi um pequeno intróito a esta página 8 do meu livro artesanal que reza assim: “ A descrição da vida social e da moral onde fui educado e que nunca aceitei, nem sei sequer explicar muito bem porquê, mas que explica certamente muita coisa.”
E Carlos de Oliveira, mais à frente, escreve: “Este ódio do homem pela mulher, com o fascínio equívoco, habitual, que a vítima exerce no carrasco e vice-versa (é bom não nos esquecermos disso), vem de longe e vicejou em todas as comunidades ocidentais à sombra da moral católica ou protestante. Trata-se com efeito de ódio, organizado socialmente como punição antes e depois do “pecado”: antes, para prevenir a falta e reprimir desde logo a tendência pecaminosa atribuída há muito ao sexo feminino; depois, para castigo exemplar. (…)”
“O Aprendiz de Feiticeiro”- Carlos de Oliveira
Fragmentos – pag. 8 (1 de 1)
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