domingo, janeiro 9

O Preço da Democracia

Não questiono que os cidadãos paguem os custos da democracia. Esses custos são sempre aceitáveis quando está em causa a escolha entre democracia e autocracia. Mas é preciso ter a coragem de reconhecer que cada vez mais cidadãos se interrogam se vale a pena pagar esses custos. Essa desconfiança assume a forma de uma simples pergunta que se ouve por todo o lugar: "vale a pena votar?".

É um sinal de desencanto com a qualidade do "produto" político que é oferecido aos cidadãos e um sinal de alarme que abre a porta à erosão da democracia e à urgência de uma reflexão acerca da reforma do regime.

Entretanto, a partir do início deste ano, com a entrada em vigor da nova
LEI DO FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DAS CAMPANHAS ELEITORAIS
os deputados vão ficar mais caros aos cidadãos. Todos, em geral, e, em particular, os da Região Autónoma da Madeira.

A pergunta legítima que qualquer um de nós pode fazer é se a qualidade dos partidos e dos deputados corresponde e justifica o aumento do seu custo.

As inclusões e exclusões, os posicionamentos e os critérios adoptados, pelas direcções partidárias, nas escolhas dos candidatos a deputados para as próximas eleições legislativas dizem muito acerca dessa questão.

Normalmente não concordo com o radicalismo desencantado de António Barreto mas, desta vez, reconheço que ele tem razão quando responde negativamente a essa pergunta afirmando que
“Esta semana, o Parlamento foi nomeado”.

1 comentário:

Anónimo disse...

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